Petrobras não divulgará plataformas com eventuais casos ou suspeitas de Covid-19


Danilo Oliveira
PortoeNavios


A Petrobras informou que não divulgará quais as plataformas em que, eventualmente, ocorrerem casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus (Covid-19). Segundo a companhia, essa posição é para preservar a privacidade dos profissionais que eventualmente vierem a se contaminar.

A estatal reforçou que está tomando uma série de medidas preventivas para evitar o contágio por Covid-19 em suas plataformas e que os colaboradores a bordo que apresentem qualquer sintoma relacionado ao coronavírus são imediatamente desembarcados e seus estados de saúde acompanhados em terra.

“De modo a garantir a privacidade dos profissionais que eventualmente forem considerados suspeitos ou confirmados com Covid-19, a Petrobras não informará as unidades em que foram observados os casos”, diz a nota encaminhada pela assessoria de imprensa da empresa.

A empresa acrescentou que pode optar pelo desembarque preventivo de pessoas que tiveram contato próximo a esses colaboradores, mesmo em casos em que os sintomas não configurarem quadro clínico para coronavírus. Entre as medidas adotadas, a companhia reduziu o efetivo das suas unidades offshore e implementou uma quarentena de sete dias antes do embarque. Profissionais que apresentarem qualquer sintoma neste período não terão o embarque autorizado.

Segundo reportagem da Folhapress, pelo menos, oito trabalhadores de plataformas foram desembarcados da P-67, no último fim de semana, por suspeitas desintomas do novo coronavírus. Imagens que circulam em redes sociais mostram profissionais com máscaras desembarcando de helicóptero na P-67. Em outra foto compartilhada, há uma fita de isolamento com a palavra ‘quarentena’. A Petrobras não comentou sobre essas imagens.
 
Procurada pela Portos e Navios, a Petrobras não detalhou quais plataformas estão com trabalhadores em quarentena ou que tiveram casos de necessidade de remoção. A empresa não informou quantos trabalhadores precisaram ser retirados de plataformas por causa de suspeitas de Covid-19.

A petroleira também não esclareceu os questionamentos sobre a escala de embarque, que teria aumentado de 21 para 28 dias, com 14 dias de folga, assim como quais unidades tiveram o efetivo reduzido de forma preventiva e qual percentual de redução dessas equipes, considerando todas as unidades que adotaram essas medidas.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alega que a Petrobras impõe aos petroleiros jornadas de trabalho que os levarão à 'exaustão física e ao esgotamento emocional' no momento em que a pandemia estiver próximo do pico no país. A entidade sindical relata que os trabalhadores das áreas offshore são confinados por sete dias em um quarto de hotel, antes de embarcar para as plataformas, onde são obrigados a permanecer por 21 dias.
 
Juliana Pizzolato, sócia do Kincaid, observa que em todo o mundo a principal preocupação na operação de plataformas é com a segurança da tripulação. A advogada vê necessidade de cautela e planejamento para evitar qualquer risco para operação ou que provoque insegurança às pessoas a bordo. Para ela, caso haja um número alto de isolamentos de profissionais embarcados, a composição das tripulações pode se tornar mais difícil durante as trocas de turnos.

A advogada compara que, assim como os médicos nos hospitais com muitos casos de contaminação pelo Covid-19, as tripulações sofrem com estresse ou sobrecarga. Juliana destacou a adoção de medidas preventivas pela Petrobras, além das recomendações da Ouro Negro ao mercado de petróleo e gás que preveem a possibilidade que operadoras diminuam a operação.

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