Comentario Gelio Fregapani – Olhando além do Horizonte e Possível evolução na situação geopolítica mundial


COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO

 
Assuntos nacionais – Olhando além do Horizonte e Possível evolução na situação geopolítica mundial
 
Olhando além do horizonte
     
Considerando como parte do governo não apenas a triste figura da Presidente com seus incompetentes 39 Ministérios, mas também um Congresso, venal, perdulário e até corrupto, um Judiciário partidário e inconsequente, cujo saber jurídico pode ser posto em dúvida, todos regidos por leis inadequadas que impedem o funcionamento desde a economia até o da segurança pública, fica claro que temos um mau Governo.
     
A primeira ideia que ocorre a todos é mudar, não exatamente o Governo, mas a Presidente, deixando intactos o venal Legislativo e o inconsequente Judiciário.

Adiantará alguma coisa? Claro que não. Para iniciar, a legislação teria que mudar. Haverá quem diga que bastaria cumprir as leis, mas a lei que distribui privilégios a sequestradores e assassinos e que culpa as vítimas inocentes, que penaliza a produção e estimula a usura, que desestimula a família e incentiva as aberrações, que desarma e acovarda seu povo acostumando-o a nunca resistir à ameaças,  não pode forjar uma nação altiva.
     
Imaginemos que por milagre o Legislativo mudasse;  que diminuísse o número de parlamentares – um senador por Estado e as Câmaras (Federal, Estaduais e Municipais encolhessem também e fossem constituídos só pelos mais corretos e patriotas e que esses corrigissem a horrível legislação que temos e que o Judiciário passasse a atuar no interesse do País, começando por expulsar as ONGs que impedem as obras de infraestrutura e criam uma rivalidade étnica antes inexistente. É claro que os reflexos seriam imediatos e tudo melhoraria. Então, por que não se faz?
    
Todos sabemos que é impossível realizar quaisquer dessas medidas com o atual governo. Também não com a simples mudança de presidente, talvez por um pior. Medidas radicais só podem ser tomadas por governos fortes ou mesmo autoritários, dos quais ninguém gosta mas pode ser necessário.
     
Estamos nesse caminho? -Estamos, pois com a nossa estrutura viciosa, a segurança pública já está um caos, já acabou a segurança jurídica e a própria Pátria está se desfazendo em nações indígenas, quilombolas e outros procurando uma segunda nacionalidade e a economia irá para o brejo. Nossos valores mais sagrados são espesinhados, é lógico que país nenhum, nem o nosso ,deixaria isto acontecer sem espernear. Se não tivermos um governo forte antes que isto aconteça, o mínimo a esperar é uma guerra civil, sabe-se lá com que intervenção estrangeira, contudo, a economia popular é o ponto principal; quando a economia vai bem até um mau governo se sustenta e quando vai mal não há governo que se aguente.

Antes assistimos estarrecidos o FHC vender o patrimônio do País, mas enquanto não se sentia no bolso ele era reeleito. Em menor escala aconteceu também com o Lula e Dilma, mas quando a economia popular fica insuportável nenhum governo se manterá.
   
As vezes um fato novo muda o futuro.  Um desses é a oferta chinesa para financiar uma estrada transcontinental. A ascensão da China e o empenho dela em nos afastar dos EUA fez com que aquele país, procurando baratear o preço da soja que compra, ensaiasse uma jogada geopolítica cujo efeito principal seria nos afastar dos nossos antigos aliados.
    
É conhecido que o nosso País produz soja pela metade do preço da produção norte-americana e que o preço do frete é que ainda mantém a soja americana no mercado. Certo, esta estrada é do nosso interesse, mas prejudica os interesses dos EUA. Não se pense que a China está nos ajudando por ser amiga, mas por ser do interesse dela. Países não tem amigos, tem interesses.

Há duas décadas Os Estados Unidos conseguiram impedir a construção dessa ferrovia obrigando o Japão a retirar o financiamento. Talvez hoje não consigam intimidar a China, mas certamente criarão todos os obstáculos aqui no nosso País. Usarão como pretexto a devastação de florestas, os direitos dos índios, pressões diplomáticas e econômicas, sabotagens e não se descarta a possibilidade de intervenção militar, além de todo apoio a uma possível retirada do nosso atual governo, marcadamente um mau governo, mas substituindo não por um governo militar (que seria naturalmente nacionalista) mas por um que interrompesse esses acordos com os chineses.

Se olharmos além do horizonte perceberemos que, além da inépcia (e as vezes traição) do nosso governo, são as pressões norte-americanas (das ONGs, principalmente) que mais nos prejudicam, que a China e qualquer outra potência faria o mesmo se estivesse em situação idêntica e que o embate entre os dois gigantes pode nos dar boas oportunidades, desde que evitemos a simples substituição de um pelo outro.
    
Obviamente, se efetuada a construção da ferrovia, grande será a prosperidade; o desenvolvimento agrícola será exponencial e em seu rastro virá a industria e o comércio. O próprio meio ambiente (que será usado para travar a obra) será beneficiado, pois seus cuidados são subproduto da riqueza e não da miséria. Melhor de tudo, ocuparemos uma boa parte da Amazônia hoje quase deserta. (desde que não vendamos terras a estrangeiros).

Como todas as ações geopolíticas, esses e outros acordos entre o Brasil e a China tem consequências, algumas  indesejadas, se  a injeção de recursos e o desenvolvimento das obras trouxerem o progresso, empregos e alívio à economia governamental e principalmente prosperidade à economia popular, este mau governo se sustentará até o fim.
    
Talvez seja um preço alto a pagar, mas não devemos abrir mão dessa ferrovia.
 
Possível evolução na situação geopolítica mundial

A estratégica  união da Rússia com a China, um  efeito contrário das sanções econômicas, a resistência crescente na Alemanha e na França à escalada na Ucrânia está conduzindo os Estados Unidos a refrear seu contencioso com a Rússia e a promover mudanças na configuração das alianças no Oriente Médio.

Todavia, seria prematuro esperar uma guinada concreta. Um sinal de mudança real seria, por exemplo, parar com as perigosas bravatas militares que elevam o risco de uma nova conflagração bélica na Europa, ademais, é imprescindível o estabelecimento de algum tipo de entendimento com o regime do presidente sírio Assad, cujo Exército, juntamente com o Irã e as milícias curdas, têm se mostrado ser as forças mais efetivas na luta contra os jihadistas. Até agora, os EUA, o Reino Unido e a França têm sido os mais reticentes em admitir a realidade de que não é possível uma solução política para o conflito sírio sem a presença de Assad.

Ainda há pessoas influentes nas elites anglo-americanas que veem na guerra a única saída para a preservação da sua ordem hegemônica, mas pode surgir um ambiente de cooperação que permita se travar uma guerra justa contra o satânico barbarismo do ISIS.

Um indicativo foi a conversa separada de John Kerry com Putin  sintetizada em entrevista coletiva. Um dos assuntos chave na discussão foi a crise na Ucrânia. Há certas contradições e divergências entre a Rússia e os EUA … , mas compartilhamos a visão de que o assunto somente pode ser resolvido por meios pacíficos…Também discutimos as maneiras de se solucionar o conflito na Síria… e também concordamos em que o problema das atividades do ISIS é muito perigoso. …e estão ameaçando a paz, não apenas na região do Oriente Médio, mas fora dela. De que é necessário unir esforços e atuar juntos … também discutimos a situação no Iêmen, Líbia e outros países do Oriente Médio e também discutimos a situação no Afeganistão, na Península Coreana e enfatizamos que tanto os EUA como a Rússia estão defendendo a desnuclearização da Península Coreana”.

A amplitude e a duração das conversas, destacada pelo próprio Kerry sugerem um nível de entendimento entre as duas superpotências, inusitado nos últimos dois anos, pelo menos, desde o início da crise ucraniana. As ferozes investidas do ISIS, reforçadas nos últimos dias com a conquista das estratégicas cidades de Ramadi, no Iraque e a histórica Palmira, na Síria, parecem estar tendo um impacto positivo na disposição de Washington para um entendimento com capitais consideradas rivais.

Será preciso esperar para ver se e como os entendimentos entre Washington e Moscou poderão alterar a presente situação.
 
O início da Reação contra a Ferrovia Transcontinental

Os ambientalistas não perderam tempo em bombardear a proposta chinesa da construção da Ferrovia Transcontinental. Os primeiros tiros vieram da imprensa britânica, notoriamente inclinada ao alarmismo ambientalista-indigenista. O The Guardian (16/05/2015) deu o tom com o título “Ferrovia amazônica da China ameaça tribos não contatadas’ e a floresta equatorial”, dando voz a representantes do aparato ambientalista-indigenista internacional.

A diretora da Fundação Charles Stewart Mott ampliou o ataque. Um programa encabeçado por ela, que oficialmente visa apoiar o desenvolvimento de expertise e treinamento legal para organizações, comunidades e países latino-americanos que estão recebendo investimentos chineses em energia e infraestrutura, baseia-se nas “normas sociais e ambientais” das instituições financeiras internacionais para “torpedear” a aplicação dos recursos (chineses) que prejudiquem o meio ambiente no Terceiro Mundo.

 Sediado na Universidade Americana de Washington, o programa da Fundação conta com um orçamento de 250 mil dólares, de janeiro de 2014 a setembro de 2016, para o fustigamento judicial dos projetos chineses de infraestrutura que contrariem os interesses americanos.

O diretor de Advocacia Brasil-Europa da Amazon Watch, Christian Poirier ex-assessor do MST), também deu sua contribuição: … as, as ferrovias abrem o acesso a regiões anteriormente remotas, trazendo um fluxo de trabalhadores imigrantes criando uma tempestade perfeita de pressões sobre a floresta e os povos da floresta.Em seu síte, a Amazon Watch se jacta de já ter contribuído para desativar projetos na Colômbia e no Equador, denunciar projetos chineses e de ter “atrasado a represa de Belo Monte”. Segundo o texto: “O consórcio construtor Norte Energia admitiu que [o empreendimento] está atrasado um ano, ameaçado de grandes sobrecustos e multas. Estes atrasos representam uma vitória temporária que valida os nossos esforços para expor a falta de respeito do governo brasileiro pelo meio ambiente e os direitos humanos “. A Amazon Watch tem entre os seus principais patrocinadores as fundações Charles Stewart Mott, MacArthur e Leonardo DiCaprio. Imagine-se o que acontecerá se a Marina Silva se tornar a nova presidentA

Em síntese, se brasileiros e chineses quiserem realmente tirar do papel a Ferrovia Transcontinental, convém se prepararem para uma longa campanha de pressões contrárias.

Que Deus guarde a todos nós

Gelio Fregapani

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