Jungmann busca apoio da OAB no combate ao crime organizado

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou nesta sexta-feira (06), em Brasília, de uma reunião com o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, para solicitar apoio no enfrentamento à questão de advogados e outros interlocutores de presos, que se tornam agentes do crime organizado, em especial de líderes de facções, ao servirem de mensageiros do crime nas ruas.

“Aqui, eu vim trazer um problema e pedir a ajuda da OAB, que é o fato de que nós temos a comunicação de grandes criminosos, que estão em sua maioria em presídios federais, com o crime que está nas ruas, levando pavor, levando medo, levando, inclusive, a situações como nós tivemos na Rocinha, recentemente, onde o Nem, que está em Rondônia, a cinco mil quilômetros de distância, provocou uma guerra que levou até as Forças Armadas à Rocinha”, explicou o ministro da Defesa após a reunião.

Jungmann esclareceu que a ideia do monitoramento é prevenir crimes futuros.  “Nós não temos pretensão de interferir no direito de defesa dos presos, mas sim a prevenção contra crimes futuros. Então, não se trata dos crimes cometidos, mas dos crimes a cometer, e tão pouco interferir na prestação da assistência judiciária, que é fundamental a todo e qualquer cidadão, seja ele preso ou não”, esclareceu.

Parceria

Durante o encontro, o presidente Lamachia apontou limitações legais ao processo, mas sinalizou a compreensão sobre a importância de solucionar o problema do crime organizado em parceria com os demais órgãos de segurança.

Para o ministro da Defesa, o presidente da OAB tem boas propostas e juntos irão conseguir apresentar soluções para esse problema. “Temos que continuar construindo, mas sobretudo, em harmonia, de mãos dadas, essa solução que eu tenho certeza que é interesse de todos”, disse.  

A proposta do ministro da Defesa é monitorar, não apenas advogados, mas todos aqueles que entram em contato com os chefes do crime organizado, dos grandes grupos de alta periculosidade, seja em presídios federais e/ou estaduais.

“Bandido preso, chefe de facção, de quadrilha, que aterroriza, que mata, que estupra, que destrói, não pode se comunicar com o exterior, não pode continuar inclusive com a influência, com o comando das quadrilhas que levam o terror às comunidades, ao povo brasileiro”, finalizou.

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