China confirma que porta-aviões navegou pelo Estreito de Taiwan

O segundo porta-aviões da Marinha chinesa navegou no domingo pelo Estreito de Taiwan para fazer testes, anunciou Pequim, em resposta à denúncia de intimidação apresentada por Taipé. "Não tem como objeto nenhum alvo específico e não tem nada a ver com a situação atual", declarou o porta-voz da Marinha da China, Cheng Dewei.

O ministro taiwanês das Relações Exteriores acusou a China de "intimidação" após o envio no domingo ao Estreito de Taiwan do porta-aviões, o primeiro que foi totalmente construído na China.

O ministro Joseph Wu afirmou que a China deseja interferir nas eleições Taiwan. "Os eleitores não se deixarão intimidar", disse.

O porta-voz militar chinês explicou que o navio, que ainda não entrou oficialmente em serviço, seguiu para o Mar da China meridional depois de atravessar o estreito que separa Taiwan do continente.

"A missão tem como objetivo realizar testes de pesquisa científica e treinamentos de rotina", disse.

Pequim reivindica Taiwan, ilha governada separadamente do continente desde 1949, e não descarta a possibilidade de recorrer à força para restabelecer a soberania.

O regime comunista mantém relações difíceis com a atual presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, que disputará a reeleição em janeiro contra um candidato que defende uma relação melhor com Pequim.

O ministro taiwanês da Defesa indicou no domingo que enviou navios e aviões para vigiar o porta-aviões. Navios americanos e japoneses também participam na vigilância.

A China tem apenas um porta-aviões operacional: o Liaoning. Construído na ex-URSS e comprado da Ucrânia, a embarcação está em serviço desde 2012.

O segundo, conhecido pelo nome "Type-001A", foi apresentado em 2017 e já fez testes no mar. Tem propulsão clássica e pode receber até 40 aviões.

Um terceiro porta-aviões está sendo construído, de acordo com a imprensa estatal.

Com apenas um porta-aviões operacional, a China está muito atrás dos Estados Unidos (11) e no mesmo nível de Rússia (1), França (1), Índia (1) e Reino Unido (1), segundo Nick Childs, especialista em forças navais no britânico "International Institute for Strategic Studies" (IISS).

 

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