EUA impõem sanções contra 13 organizações chinesas e norte-coreanas

Os Estados Unidos impuseram sanções nesta terça-feira contra 13 organizações chinesas e norte-coreanas que Washington acusou de ajudarem a evitar restrições nucleares contra Pyongyang e apoiarem o país através de comércio.

O Tesouro dos EUA anunciou a ação em seu site, um dia após o presidente Donald Trump colocar a Coreia do Norte de volta em uma lista de Estados patrocinadores de terrorismo.

As novas sanções demonstram o foco do governo Trump em prejudicar comércio entre a China e a Coreia do Norte, o que os EUA dizem ser essencial para pressionar Pyongyang para se afastar de sua ambição de desenvolver um míssil de ponta nuclear capaz de atingir os EUA. “Esta designação irá impor novas sanções e penalidades sobre a Coreia do Norte e pessoas relacionadas e apoia nossa campanha de pressão máxima para isolar o regime assassino”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven T. Mnuchin.

As sanções incluem entrada de três companhias chinesas na lista negra, Dandong Kehua Economy & Trade Co., Dandong Xianghe Trading Co., e Dandong Hongda Trade Co., que o Departamento do Tesouro dos EUA informou terem feito juntas mais de 750 milhões de dólares em comércio com a Coreia do Norte.

Coreia do Norte violou armistício ao cruzar fronteira para perseguir desertor, diz ONU

Imagem retirada de vídeo mostra soldados norte-coreanos armados com fuzis do lado da Coreia do Norte da área desmilitarizada 22/11/2017 Comando da ONU/Divulgação via REUTERS

A Coreia do Norte violou o acordo de armistício quando um de seus soldados cruzou a Linha de Demarcação Militar, a fronteira entre as duas Coreias, em perseguição a um soldado que desertou para a Coreia do Sul no dia 13 de novembro, afirmou uma autoridade do Comando da ONU em Seul, nesta quarta-feira.

O Comando divulgou imagens do incidente nas quais um soldado norte-coreano é visto cruzando a linha de demarcação por alguns segundos, enquanto outros atiravam contra o desertor, à medida que ele corria para o lado sul-coreano da fronteira.

O Comando da ONU disse ter informado a Coreia do Norte sobre a violação do armistício na quarta-feira, afirmou a autoridade durante coletiva de imprensa em Seul.

Coreia do Sul e Japão dizem que inclusão da Coreia do Norte em lista de terrorismo forçará desnuclearização

A Coreia do Sul e o Japão comemoraram nesta terça-feira o fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter reinserido a Coreia do Norte em uma lista de Estados patrocinadores do terrorismo, dizendo que a medida aumentará a pressão para que Pyongyang desnuclearize a Península Coreana.

A designação, anunciada na segunda-feira, permite aos EUA impor mais sanções a Pyongyang, que está desenvolvendo programas de armas e mísseis nucleares em desafio a sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). “Saúdo e apoio (a designação), já que aumenta a pressão sobre a Coreia do Norte”, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, a repórteres nesta terça-feira, de acordo com a agência de notícias Kyodo.

A Coreia do Sul disse esperar que a reinserção contribua para a desnuclearização pacífica de seu vizinho do norte, acrescentando que, juntamente com os EUA, continua a tentar levar os norte-coreanos à mesa de negociação, disse o Ministério das Relações Exteriores do país em um comunicado.

A recolocação da Coreia do Norte na lista de patrocinadores do terrorismo ocorre uma semana depois de Trump voltar de uma viagem de 12 dias à Ásia durante a qual conter as ambições nucleares de Pyongyang foi um dos principais temas de suas discussões. “Além de ameaçar o mundo com uma devastação nuclear, a Coreia do Norte vem apoiando repetidamente atos de terrorismo internacional, incluindo assassinatos em solo estrangeiro”, afirmou Trump aos repórteres na Casa Branca. “Esta designação imporá mais sanções e penalidades à Coreia do Norte e pessoas relacionadas e apoia nossa campanha de pressão máxima para isolar o regime assassino”.

O premiê da Austrália, Malcolm Turnbull, também deu aval à decisão de Trump, dizendo que a medida se alinha aos esforços internacionais para fazer a nação rebelde recobrar o bom senso. “Kim Jong Un comanda uma operação criminosa global na Coreia do Norte comerciando armas, comerciando drogas, envolvido em crimes cibernéticos e, é claro, ameaçando a estabilidade da região com suas armas nucleares”, disse Turnbull aos repórteres em Sydney nesta terça-feira.

A Coreia do Norte foi incluída na lista devido ao bombardeio de um avião da Korean Air em 1987 que matou todas as 115 pessoas a bordo, mas o governo do ex-presidente norte-americano George W. Bush retirou o país da lista em 2008 em troca de progressos em conversas sobre a desnuclearização.

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