Irã – Apresenta o Míssil Balístico Khorramshar

Agências FARS e IRNA

Redação DefesaNet

Dias depois de ter sido criticado e ameaçado com sanções pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o Irã anunciou ontem a realização de testes bem-sucedidos com um novo míssil de médio alcance, em desafio a uma proibição do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Em discurso na Assembleia Geral da ONU, na terça-feira, Trump condenou o programa de mísseis iraniano e sugeriu que poderá rever o acordo firmado com mais cinco potências para congelar o programa nuclear do regime islâmico.

O lançamento do míssil Khorramshar, que tem alcance de 2 mil quilômetros e pode carregar múltiplas ogivas, foi transmitido pela tevê iraniana, que também exibiu imagens do interior do veículo, mas não informou sobre a data da experiência. O local do disparo também não foi divulgado.

“A habilidade de esquivar-se da linha de defesa aérea do inimigo e de ser guiado do momento do lançamento até o alvo ser atingido transforma o Khoramshahr em um míssil tático”, ressaltou o general Amir Hatami, ministro da Defesa do Irã. Segundo ele, seu governo “não pediria permissão a nenhum país para produzir vários tipos de mísseis”.

A experiência com o novo míssil foi visto como a resposta do regime islâmico de Teerã ao discurso de Trump perante os chefes de Estado e de governo reunidos na sede da ONU, em Nova York. Na sexta-feira, de volta ao país depois de ter a palavra no evento — para criticar “a fala ignorante” do colega americano —, o presidente Hassan Rohani declarou que o Irã continuará com o fortalecimento militar. “Queiram ou não, vamos reforçar as capacidades militares necessárias em termos de dissuasão.

Não só vamos desenvolver nossos mísseis, como também nossas forças aéreas, terrestres e marítimas”, declarou após o desfile militar que recordou a guerra contra o Iraque de Saddam Hussein, entre 1980 e 1988.

O Comando do Regime Iraniano comandado pelo Presidente Hassan Rouhani

Além do Khorramshar, o Irã conta com os mísseis Ghadr-F e Sekhil, que possuem o mesmo alcance. Os três podem alcançar Israel, arqui-inimigo do Irã, e também as bases militares dos EUA no Oriente Médio. Nos últimos anos, o regime islâmico desenvolveu um programa de mísseis balísticos que preocupa também a Arábia Saudita, principal rival regional, e a alguns países europeus, como a França. A justificativa de Teerã para investir em armamentos é a necessidade de conquistar um equilíbrio com vizinhos, principalmente Arábia Saudita e Israel, que investem bilhões de dólares na compra de armas e contam com o apoio de Washington.

Míssil Balístico com cabeças de combate MIRV. Alcance anunciado 2.000 km

No próximo dia 15, o presidente americano deverá notificar ao Congresso se o Irã segue respeitando os compromissos assumidos no acordo nuclear firmado em 2015. Caso a resposta seja negativa, o Congresso poderá impor novas sanções a Teerã. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, órgão da ONU) destacou em várias ocasiões que o Irã está honrando o tratado.

As atividades com mísseis balísticos não são proibidas por esse acordo, mas uma resolução do Conselho de Segurança determina que o país não desenvolva a tecnologia para equipar seus projéteis com ogivas nucleares. As autoridades iranianas ressaltaram algumas vezes que suas armas são compatíveis apenas com cargas explosivas convencionais.

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