Operação Atlântico – Cobertura Fotográfica

Notas DefesaNet – Fotografias da Agência Brasil


LUCAS VETTORAZZO – DO RIO
Folha de São Paulo

Tiros, voos rasantes de aviões de combate, incêndio e resgate de vítimas. Esses foram os exercícios executados ontem por contingentes das Forças Armadas brasileiras em um treinamento realizado em alto mar, a 100 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
 
O exercício, um dos últimos da Operação Atlântico 3, contou com quatro navios da Marinha. Houve a simulação do bombardeio a um navio e de uma invasão à embarcação inimiga.
 
A embarcação do Navio de Desembarque de Carros de Combate G25 Almirante Saboia era a principal do comboio. Duas canhões automáticos calibre 20 milímetros fazem a defesa da embarcação.
 
Devido ao menor potencial de fogo e menor velocidade em relação a outros tipos de embarcações, o navio era escoltado por uma fragata (F40 Niterói) e uma corveta (V34 Barroso). O quarto navio (P120 Amazonas) era apenas de patrulhamento.
 
O primeiro exercício simulou um ataque aéreo ao Almirante Sabóia. Dois caças da FAB (Força Aérea Brasileira), modelo AMX, sobrevoaram o navio, como se fossem bombardeá-lo. Os aviões fizeram um barulho ensurdecedor quando passaram a menos de cem metros do convés.
 
"Duas aeronaves fechando rápido pela bochecha de bombordo (esquerda)", gritava o chamado "vigilante de mar". Alan Fernandes, 22, é o marinheiro responsável por ser os olhos do navio.
 
 Ele fica no ponto mais elevado do convés e alerta qualquer possível ameaça que o radar não identifique de imediato.
 
No mundo cada vez mais tecnológico, o trabalho no mar ainda depende do olho humano. "A visão complemente o que é visto no radar", explicou. "Eu tenho curiosidade sobre a guerra, mas por enquanto os exercícios já são suficientes", disse ele.
 
Logo após a passagem dos caças, as equipes simularam um incêndio na proa (parte da frente do navio).
 
O terceiro exercício chamou atenção pela agilidade com que foi realizado. Os militares simularam a invasão de um navio clandestino. Depois de vários anúncios por alto falante, é enviado um helicóptero com um atirador de elite. Logo em seguida, um segundo helicóptero com seis mergulhadores de combate da Marinha desembarcaram no alvo e tomaram o navio de assalto. A ação durou menos de dez minutos.
 
"O primeiro helicóptero vai com um atirador só para observar a situação e, eventualmente, abater algum inimigo que venha trazer risco aos militares que vão invadir o navio", disse o contra-almirante de Marinha, comandante Marcio Ferreira de Mello, responsável pelas operações do dia.
 
Um dos exercícios mais esperados era tiro ao alvo. Uma grande bola laranja, chamada de killer tomato (tomate assassino, na tradução livre), foi posicionada a cerca de 3 quilômetros dos navios. A corveta Barroso iniciou os trabalhos, disparando seus canhões calibre 114 milímetros (a título de comparação, as metralhadoras antiaéreas mais potentes têm 30 milímetros).
 
Em seguida, o navio Almirante Sabóia fez uma manobra, posicionando-se lateralmente ao alvo. Os homens deram de seis a oito rajadas de metralhadora vinte milímetros. O armamento é capaz de destruir barcos menores e defender o navio de ataques aéreos.
 
"Nós fazemos vários tipos de exercícios, mas o tiro é importante porque ele é a última consequência de uma situação real", disse Mello.
 
OPERAÇÃO
 
O objetivo da Operação Atlântico é treinar o Exército, Marinha e Aeronáutica para possíveis ataques ao país e também para o patrulhamento da chamada Amazônia Azul, que é o mar territorial do Brasil.
 
A ideia é conhecer e praticar a defesa de pontos estratégicos no mar do país, como plataformas de petróleo e reservas naturais. Em terra, há exercícios para defesa de refinarias, portos e aeroportos.
 
De 19 a 30 de novembro, dez mil homens das três forças militares simularam ataques a diversos equipamentos militares e civis. O Ministério da Defesa investiu cerca de R$ 15 milhões na terceira edição da operação.

 

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