Remoção de escombros da Estação Antártica Comandante Ferraz recomeça em novembro

Cinco meses depois do incêndio que destruiu boa parte da Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George, o Brasil não abandonou o programa de pesquisas no continente gelado.

Os R$ 40 milhões liberados por meio de medida provisória aprovada no fim de junho serão usados na remoção dos escombros acumulados depois do incêndio e para a reconstrução da estação. A Marinha explica que serão feitos módulos antárticos emergenciais, para alojamento temporário do pessoal que fará o desmonte da Comandante Ferraz no próximo verão antártico.

Os módulos já estão sendo comprados, por meio de licitação, e a previsão é que esse trabalho comece em novembro. Janice Trotte Duha, coordenadora para Mar e Antártica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, explica que o trabalho todo deve levar de cinco a sete anos para ser concluído. “Como o trabalho na Antártica só pode ser feito no verão, porque os navios não conseguem chegar à região durante o inverno, quando o mar congela, a remoção dos escombros só deve recomeçar em novembro.

Depois será feito um pré-projeto, com a participação de cientistas, para a reconstrução da estação.” De acordo com a Marinha, 70% das instalações foram destruídos pelo fogo, incluindo o prédio principal, onde ficavam a parte habitável e alguns laboratórios de pesquisas. Ficaram intactos os refúgios, os laboratórios de meteorologia, química e de estudo da alta atmosfera, os tanques de combustíveis e o heliponto, que ficam separados do prédio principal.

Veículos e tratores que sofreram poucos danos foram trazidos ao Brasil para reparo, os demais permaneceram no local, cobertos com capas protetoras para enfrentar o inverno. De março a abril, também foi feita a retirada de parte dos escombros, com prioridade para resíduos tóxicos e material perecível. Segundo Janice, fora a perda irreparável de duas vidas (os militares Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos, que tentaram combater o incêndio) e de R$ 5 milhões em equipamentos, os prejuízos científicos não foram grandes. (Jornal da Mídia – BA)

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