Imprensa Russa especula venda de navio classe Mistral para o Brasil pela França

De acordo como  publicado no web site Sputnik:

 – Já que o acordo sobre Mistral de 1,3 bilhões de dólares foi suspenso por um prazo indeterminado, a França precisa desesperadamente de uma solução para o problema que ela própria criou: o que fazer com os navios de guerra que Paris se recusa a entregar à Rússia?

Vendê-los aos terceiros países é considerado como o melhor das piores soluções disponíveis para a França. Canadá, China e Estados Unidos têm sido repetidamente nomeados como compradores potenciais, mas esses acordos são altamente improváveis para realizar.  The National Interest, uma revista bimensal americana, escreve que este é um caso especial para o Brasil, cuja frota coincidentemente precisa de um navio capitânia para servir como um centro de comando flutuante.

"Um navio de assalto anfíbio, como o Mistral, dá para a Marinha capacidade de executar um papel de liderança independente em uma crise litoral", a revista observou, referindo-se especificamente às operações de ajuda humanitária

"Vários países latino-americanos têm exprimido frustração em relação à sua capacidade de realizar operações de socorro marítimas independentemente dos Estados Unidos", escreve a revista, citando uma operação de ajuda humanitária após o terremoto de 2009 no Haiti como um exemplo. Brasil estava ansioso de prestar ajuda humanitária, mas foi afastado pelos EUA.

A compra pelo Brasil dos porta-helicópteros Mistral facilitaria também tais operações do exército como o transporte rápido de tropas, veículos blindados e diferentes aeronaves.

A capitânia da Marinha do Brasil — o porta-aviões São Paulo — foi encomendado em 1963 pela Marinha francesa. Paris transferiu o navio da classe Clemenceau ao Brasil em 2000, onde se deverá manter-se em serviço até 2039.

Naquele momento o navio será de 76 anos, que está muito além da idade da reforma para os equipamentos militares. Além disso, São Paulo está em constante necessidade de reparos e manutenção.

O Brasil não pode construir um porta-aviões por si mesmo e ninguém está vendendo estes navios no momento. Um Mistral ou dois poderia assumir o papel de liderança em vez do velho São Paulo.

"Os Mistrais podem aumentar a influência do Brasil na região não apenas por existir, mas também fazendo as coisas em uma base diária. Eles poderiam tornar-se imediatamente os navios de guerra de maior impacto que possui a marinha da América do Sul desde os primeiros dias do século XX. Os dois navios poderiam até mesmo operar ao longo da Amazônia, que é navegável por navios de grande porte", conclui a revista.

Nota Defesa:

Segundo a RFI: Um alto funcionário do ministério da Defesa russo confirmou que a revenda dos navios está fora de cogitação, no momento. Segundo Iuri Iakubov, os Mistral foram construídos para a Marinha russa, "para nossos helicópteros e sistemas de controle". Esses navios "não podem, por enquanto, em nenhuma circunstância, serem cedidos a outro país, por uma questão de segurança nacional", disse Iakubov.

Fontes francesas afirmam que "uma discussão amigável está em curso sobre as condições e o futuro do acordo", sem dar mais detalhes sobre avanços.

Concluído em 2011, sob a presidência de Nicolas Sarkozy, o contrato de venda dos dois porta-helicópteros é estimado em € 1,2 bilhão. A entrega do primeiro navio, batizado de Vladivostok, foi suspensa indefinidamente pela França no ano passado por causa do papel de Moscou na crise ucraniana. O segundo, chamado Sebastopol, nome da cidade na Crimeia onde fica baseada a frota russa no Mar Negro, tinha prazo de entrega até o final de 2015.

Há vários meses, advogados tentam encontrar uma solução aceitável para as duas partes em litígio. O assunto envenena as relações entre Paris e Moscou. Em meados de abril, Putin indicou que a Rússia pretendia ser reembolsada pelas quantias já quitadas no âmbito do contrato, mas abria mão de cobrar as multas previstas por atraso.

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