Marinha dos EUA batiza sexto navio de alta velocidade

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Malcolm Alvarez-James


A Marinha dos EUA continua ampliando suas capacidades antinarcóticos no Caribe e no leste do Pacífico com a aquisição de seu sexto navio de alta velocidade (JHSV), o USNS Brunswick.

Autoridades da Marinha lançaram o navio em 19 de maio no estaleiro Austal USA em Mobile, no Alabama; o Brunswick, nome de uma cidade portuária da costa sudeste do estado da Geórgia, EUA, passará por testes marítimos antes de sua entrega definitiva ao Comando de Transporte Marítimo Militar (MSC) da Marinha dos EUA no outono boreal.

"O lançamento representa um marco importante para esse navio, pois é a primeira vez que ele entra na água. Isso significa que está pronto para se submeter aos testes e ensaios e finalmente à entrega", diz o Capitão Henry Stevens, gerente do Programa de Transporte Marítimo Estratégico. "Esta é uma época movimentada para a Marinha e o estaleiro, pois continuamos realizando grandes feitos para preparar cada barco à entrega e às operações em serviço."

Um veículo multiúso

O novo catamarã de alumínio de 338 pés de comprimento é uma embarcação de transporte não combatente para múltiplas missões caracterizada por grande volume, alta velocidade e flexibilidade. Foi projetado para transportar 600 toneladas de carga militar por 1.200 milhas náuticas e a uma velocidade média de 35 nós; sua velocidade máxima sem carga é de 43 nós, ou seja, 79 km/h.

Capaz de operar em portos e cursos d’água rasos, o Brunswick possui um deck de voo para operações de helicóptero 24 horas por dia e uma rampa de carga que permitirá que os veículos saiam dele rapidamente.

Os JHSVs possuem um deck de "missão aberta" de 20.000 pés quadrados (cerca de 1.800 metros quadrados) com diversas finalidades, incluindo transporte de tropas, cargas e módulos médicos que podem transformar a embarcação em um navio hospital. Esses barcos também podem fornecer assentos no estilo dos aviões comerciais para mais de 300 soldados a bordo e para 104 quando atracado; normalmente, os JHSVs possuem uma tripulação principal de 22 marinheiros civis, sendo que militares também embarcam conforme a necessidade da missão.

O USNS Brunswick se juntará a cinco outros JHSVs já em ação: o USNS Spearhead (JHSV-1), que foi entregue à marinha em 2012; o USNS Choctaw County (JHSV-2); o USNS Millinocket (JHSV-3); o USNS Fall River (JHSV-4); e o USNS Trenton (JHSV-5), entregue à Marinha em abril. Outros quatro JHSVs estão em construção, a um custo de cerca de US$180 milhões cada.

Apoio à Operação MARTILLO

Projetada inicialmente para transporte dentro da área de operações e ajuda humanitária/apoio em situações de desastre, a classe de navios JHSV já ampliou sua missão para atender a outras necessidades, como iniciativas antinarcóticos e de combate ao tráfico no Caribe e no leste do Pacífico, enquanto a classe Oliver Hazard Perry de fragatas é tirada de serviço.

Em 2014, por exemplo, o USNS Spearhead (JHSV-1) integrou a Operação MARTILLO, um esforço de 14 países de combate ao tráfico ilegal nas regiões costeiras das nações centro-americanas. O Spearhead prestou apoio em segurança marítima, missões antinarcóticos e operações de contingência; também transportou equipes à América Latina e ao Caribe para que realizassem exercícios de treinamento e projetos de relação comunitária como parte da operação Southern Partnership Station 2014, dirigida pelo Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) e planejada pelo Comando das Forças Navais Sul (USNAVSO) e pela Quarta Frota dos EUA. Entre os países visitados, estão Belize, Colômbia, Guatemala e Honduras. O USNS Spearhead também participará da Southern Partnership Station 2015, prevista para começar em junho.

Navios não combatentes são versáteis

Os JHSVs podem levar uma série de armas letais, incluindo forças especiais, tanques e helicópteros, mas são classificados como navios não combatentes; seus únicos armamentos permanentes são suportes para metralhadoras calibre .50.

No entanto, devido à versatilidade do JHSV, a Marinha planeja usar o JHSV Trenton (JHSV-5) como uma plataforma para os primeiros testes marítimos de seu canhão eletromagnético experimental em 2016. Canhões elétricos são armas que não utilizam explosivos ou outros propulsores. Em vez disso, empregam forças eletromagnéticas para atingir altos graus de energia cinética; seus projéteis têm potencial para superar o Mach 10, duas vezes a velocidade das armas atuais.

Tais capacidades ajudam os países participantes da Operação MARTILLO a manter a superioridade tecnológica em seus esforços para impedir que as organizações criminosas transportem drogas no mar.

Esses navios são "rápidos e muito flexíveis, além de não serem caros. Isso [mantém] a supremacia tecnológica nas águas. O benefício para a Operação MARTILLO é que esses barcos de alta tecnologia aumentarão as capacidades de interdição", diz Raul Benitez Manaut, presidente do Coletivo de Análise da Segurança com Democracia (CASEDE) no México. "A cooperação entre os países é ainda mais reforçada para a luta contra o narcotráfico e as organizações do crime organizado transnacional."

Julieta Pelcastre colaborou nesta reportagem.

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