A Guerra dos Contêineres


A China acaba de anunciar veto ao P3, sistema em que três dos maiores armadores do mundo iriam atuar em consórcio para transportar contêineres de e para o país asiático. Compõem o P3 a líder mundial Maersk, a suíça MSC e a francesa CMA CGM. União Européia e os Estados Unidos decidiram autorizar essa atuação, mas vão monitorar as ações, para evitar danos a seu comércio externo. Ao atuarem em bloco, o P3 teria condições de impor níveis de fretes aos importadores e exportadores dessas regiões. Para a Ásia, por exemplo, vão usar nada menos de 255 navios.

Informa a revista inglesa PFI que a Maersk se disse surpresa com a decisão chinesa. O presidente da Maersk, Nils Andersen, afirmou que, com o acordo, haveria redução de custos e de emissão de gases na atmosfera. A MSC também se disse desapontada e afirmou que a atuação conjunta significaria redução no consumo de combustíveis e no custo geral. A China não deu explicações, mas, certamente, levou em conta que ter parte de suas cargas sob controle de três gigantes estrangeiros poderia comprometer objetivos nacionais.

No Brasil, a situação é bem mais grave, pois se a China tem empresas de grande porte, como a Cosco, para se contrapor aos gigantes internacionais, o Brasil sequer dispõe de um navio porta-contêineres nas rotas externas. Na verdade, o governo brasileiro sequer sabe detalhes da operação dos estrangeiros.

No momento, um grupo pressiona a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para que ao menos exija o registro dos armadores estrangeiros e obrigue que eles informem os níveis de fretes aplicados para exportadores e importadores brasileiros. Há pressões também para que o governo estimule a criação de frota nacional que, embora pequena, permita comparações com a ação dos armadores estrangeiros no comércio exterior brasileiro.

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