Operações integradas de segurança no Rio contarão com ações sociais

Cristina Indio do Brasil

Depois de uma reunião no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense, com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse, em um pronunciamento após o encontro, que nos primeiros dez dias de outubro, o presidente Michel Temer, vai anunciar um “grande pacote social”, que completará as incursões das forças de segurança no combate ao crime organizado no estado.

“Ainda em outubro, o presidente da República, secundado por ministros da área social, estará trazendo aqui um amplo programa que complementa os eixos de segurança, defesa e inteligência”, disse Jungmann reforçando a informação do governador.

Pezão agradeceu o apoio federal ao Rio e, mais uma vez, na direção de demonstrar que as duas esferas de governo estão atuando em conjunto, o governador disse que foram aparadas as arestas. “Afinamos a viola, como se diz aqui. Discutimos as relações e acertamos os próximos passos. Tenho certeza que cada vez mais vai servir de exemplo essas operações, ainda mais com essa entrada na área social, que sempre foi uma demanda muito grande das comunidades”, Disse o governador.

Jungmann acrescentou que as operações conjuntas seguirão normalmente e revelou que nesta sexta-feira (22), pela manhã, se encontrará com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e apresentará a proposta para a criação de uma força tarefa de atuação específica nos casos relativos à segurança pública do Rio de Janeiro.

“Vamos pedir a ela apoio e suporte à ação que estamos fazendo aqui, e também da Justiça e da Polícia Federal. É uma força tarefa que vamos pedir, que seja dedicada aqui ao Rio de Janeiro, para nos ajudar nesse trabalho em curso”.

O ministro informou que logo após o governo do estado concluir a definição de locais da cidade que podem ter o emprego de integrantes das Forças Armadas no patrulhamento, vai analisar a reivindicação do executivo fluminense. “No caso da solicitação que o governador fez recentemente, de pontos para serem patrulhados, ele está concluindo esse trabalho e assim que recebermos vamos analisar com toda boa vontade”.

Na quarta-feira, em entrevista à Agência Brasil, o governador revelou que entre os pontos que podem ter a presença de militares federais estão as linhas Vermelha e Amarela e as rodovias federais. A intenção é poder deslocar o efetivo da polícia estadual, que ficaria nestes locais, para outras operações reforçando as operações de combate ao crime.

O governador agradeceu o empenho e disponibilidade com que o presidente da República atendeu o pedido do Rio de Janeiro para o emprego das Forças Armadas no Rio de Janeiro nas questões de segurança. Pezão reiterou que este é um processo novo tanto para o estado do Rio como para o governo federal, mas ressaltou que a integração das operações já estão mostrando dados positivos, conforme foi comprovado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro.

“Os resultados que já estamos colhendo com poucos meses de ação, e tenho certeza, nunca tive dúvida disso, de que a cada mês, a cada tempo que formos avançando nessa parceria vamos melhorar ainda mais”.

Fecomércio

Antes de se reunir com o governador, Jungmann esteve com o presidente da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Orlando Diniz, quando participou da série de encontros realizados pela entidade para buscar apoio da sociedade civil às operações de segurança. O ministro disse que a visita estava marcada “há bastante tempo”. Jungmann conheceu o Programa Segurança Presente, uma parceria do governo estadual, com a Prefeitura do Rio e a Fecomércio, de policiamento de regiões da cidade.

“De fato, a segurança, como diz a Constituição, é dever do Estado e responsabilidade do cidadão. A gente olha muito para o dever do Estado, e não estou falando do estado do Rio de Janeiro, não estou falando de unidade federada, estou falando de Estado com E maiúsculo. De fato o Estado com E maiúsculo vem nos devendo muito, e mais, melhor segurança. É muito importante a questão da corresponsabilidade. Toda pessoa pode participar, escrevendo, cobrando, votando bem em seus representantes, denunciando, é outra forma de fazê-lo, se associando. Existem mil maneiras da gente se empoderar nessa luta”, destacou.

Desajustes

O ministro admitiu que houve desajustes no relacionamento entre os governos federal e estadual na questão da segurança, mas que cabe às autoridades resolverem, porque o Rio de Janeiro, assim o exige. “Nós vamos resolver isso, porque é uma exigência do povo do Rio de Janeiro. É uma exigência da opinião pública e é um desejo de todos nós. Então, se tem problema, cabe a nós, e vamos resolver isso, porque vamos ficar aqui até o último dia. Temos que cada vez mais procurar melhorar o nosso desempenho. Nossos times têm que trabalhar unidos e coesos em favor da população do Rio de Janeiro, portanto, vamos sentar, conversar, fazer uma D.R. [discutir a relação] e vamos sair melhor”, disse.

De acordo com dados do ISP, de junho a 26 de julho deste ano, houve 1.041 casos de roubo de carga no Rio, mas de 29 de julho, quando começaram as operações conjuntas, até 22 de agosto, foram 585.

Nos roubos a pessoas nas ruas, os registros caíram de 9.265 para 6.286 casos e nas tentativas de homicídio de 508 para 393. O período de comparação, no entanto, tem menos dias. Enquanto no primeiro período foram 35 dias com casos registrados, no segundo foram 25 dias.

 

Operação Rio quer Segurança e Paz: ministro Jungmann e governador Pezão anunciam medidas sociais¹

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, e o governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, se encontraram nesta quinta-feira (21) à tarde, no Palácio Laranjeiras, para tratar de ações da Operação "Rio quer Segurança e Paz". Em pronunciamento, eles anunciaram um pacote do governo federal na área social, que será apresentado, até a segunda quinzena de outubro, pelo presidente da República, Michel Temer, para integrar as operações no estado. "Estaremos aqui com um programa que complementa os eixos de segurança, defesa e inteligência. As operações conjuntas seguirão normalmente", garantiu Jungmann.

O ministro disse ainda que amanhã (22) deve se encontrar com a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para pedir suporte nas operações."Vamos pedir uma força-tarefa que seja dedicada ao Rio de Janeiro, com o apoio do Ministério Público", afirmou Jungmann.  Sobre o pedido de pontos para serem patrulhados no Rio, o ministro adiantou que o governo do estado está concluindo um levantamento."Assim que recebermos, vamos analisar com toda a boa vontade."

O governador Pezão agradeceu o apoio do governo federal. "Quero agradecer o empenho e a disponibilidade do presidente Temer, que prontamente atendeu o pedido do Rio de Janeiro no uso da Garantia da Lei e da Ordem e na atuação das Forças Armadas. É um processo novo na área de segurança pública", ressaltou Pezão.

Pela manhã, o ministro Jugmann esteve na sede da Fecomércio RJ, no Centro do Rio, para conhecer o Projeto Segurança Presente, uma iniciativa da entidade, que visa contribuir na busca de soluções para a área de segurança pública. O presidente da Fecomércio, Orlando Santos Diniz, foi quem apresentou o projeto. "Recebemos hoje aqui o ministro Jungmann e tratamos dos temas: roubo de carga, informalidade, reforma das polícias e segurança pública", Orlando declarou aos jornalistas após a apresentação.

Jungmann parabenizou a entidade. "A gente espera que muitas iniciativas como essa venham a ocorrer. É uma exigência do povo do Rio de Janeiro, da opinião pública.Temos que cada vez mais melhorar o nosso desempenho e nossos times tem que trabalhar unidos, coesos e em favor da população", disse na conversa com a imprensa. O ministro comentou também os dados parciais do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, que apontam uma redução na criminalidade.

O ministro da Defesa explicou aos jornalistas que as Forças Armadas atendem por demanda dos órgãos de inteligência e prestam apoio à segurança pública. "A tropa não vai para rua sem um grau de detalhamento e planejamento", falou Jungmann. Ele afirmou ainda que as operações conjuntas seguirão normalmente.

¹Por Alexandre Gonzaga / MD

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