RJ – Exército ocupa a Linha Vermelha

Antônio Werneck
 

O coronel Mario Medina, porta-voz da Coordenação Geral de Defesa de Área (CGDA) — responsável pela segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos — confirmou as novas medidas. Ele explicou que o uso de blindados na região já estava previsto, mas ainda não tinham sido usados.

— Os blindados estavam previstos naquela região e em outras da cidade. É uma ação preventiva para garantir segurança dos militares e principalmente da população — explicou o coronel Medina.

O GLOBO conversou com militares envolvidos na operação. Eles explicaram que nos últimos dias houve registro de tiros contra as tropas que estão na Linha Vermelha, próximo ao acesso à Linha Amarela. Nenhum militar foi ferido.
— Não queremos, não é nosso desejo, mas se os ataques continuarem não descartamos até a possibilidade de ocupar algumas comunidades da Maré. Ali sempre foi considerada uma área sensível no planejamento — afirmou um militar ao GLOBO.

No planejamento inicial da segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, as Forças Armadas não iriam ser empregadas no reforço do policiamento ostensivo da cidade. A presença das Forças Armadas nos chamados corredores olímpicos foi para atender um pedido formal do governo do estado ao presidente Michel Temer, que autorizou.

Desde então militares do Exército, da Marinha e Aeronáutica passaram a patrulhar a orla da zona Sul (de São Conrado até o Caju), as vias expressas (Linha Vermelha, Linha Amarela e Avenida Brasil), além do Aterro do Flamengo, os dois aeroportos (o Internacional Tom Jobim e Santos Dumont), além do Cristo Redentor e o Morro do Pão de Açúcar.

Ao todo, 23 mil homens das Forças Armadas estão no Rio na segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Todo o trabalho é coordenado pelo CGDA que reúne oficiais das três forças.

A região na Linha Vermelha onde os militares relataram ataques de traficantes fica próxima à Favela Vila do João, uma das comunidades do Complexo da Maré. No dia 10 de agosto, dois integrantes da Força Nacional foram baleados quando entraram, por engano, na favela.

Eles estavam usando um aplicativo de celular durante o deslocamento, erraram o caminho e, ao tentar retornar para a Avenida Brasil, ficaram próximos da comunidade e foram atacados com um disparo, segundo informações da Polícia Civil. Um deles, soldado Hélio Vieira, de Roraima, levou um tiro na cabeça e acabou morrendo.

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