Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, na cerimônia de inauguração do sistema de teleférico do Complexo do Alemão

Itálicos DefesaNet

Rio de Janeiro-RJ, 07 de julho de 2011

Eu queria, primeiro, falar aqui com o Sérgio, com o Pezão, que nós sabemos que aqui falta uma pessoa. Nós todos sabemos. Falta o Lula. E falta o Lula porque ele colocou, não foram só recursos necessários aqui, ele colocou também o carinho, o amor e, mais do que isso, o respeito e a esperança de que este país pode ser diferente. Então, a minha saudação ao presidente Lula, que não está aqui hoje.

Queria também reconhecer, aqui, um fato importantíssimo nesta obra, porque esta obra não é só concreto, cimento e aço. Esta obra é uma obra de mãos dadas, é uma obra de mãos dadas entre o governo do estado do Rio, a prefeitura do Rio e o governo federal.

Vocês vejam que uma obra deste tamanho, que nunca tinha sido feita no Brasil – que é um teleférico – que é uma obra de mobilidade urbana que faz parte de um conjunto de investimentos que nós fizemos aqui em várias áreas, esta obra, ela é fruto de uma parceria muito estreita. Uma parceria de interesses, uma parceria de interesses comuns e de um interesse muito claro: o interesse é o povo do Rio de Janeiro e o povo aqui do Alemão.

Então, eu vou saudar o Sérgio Cabral, nosso governador. Vou saudar o nosso vice-governador, o nosso querido Pezão, que comigo… ele era o pai do PAC e eu era a mãe do PAC, indicados pelo presidente Lula… Eu não… eu tenho impressão de que foi lá em Manguinhos. Não… Na Rocinha… Foi mesmo na Rocinha? Então, foi na Rocinha que fomos indicados. Então, saúdo também o meu companheiro Pezão e meu querido prefeito Eduardo Paes. Esta linha de frente contou com vários companheiros ajudando.
Eu vou cumprimentar os que aqui estão presentes.

Vou cumprimentar o nosso ministro da Defesa interino, que é o brigadeiro Saito. O brigadeiro Saito aqui representa as Forças Armadas Brasileiras, que tiveram um grande empenho na construção do ambiente de paz aqui no Alemão, e que estão tendo um comportamento irrepreensível na garantia da lei e da ordem que, como disse o Sérgio Cabral, tem tudo a ver com democracia e tem tudo a ver também com a construção de um ambiente de justiça social, que é o que nós estamos vivenciando aqui no Alemão.

Nós estamos vivenciando algo muito importante, porque o Brasil tinha um hábito de uma parte da população ser condenada ao máximo abandono, à máxima negligência e a não ter direito a nenhum dos principais serviços públicos. O que nós estamos fazendo aqui hoje é, sobretudo, fazer com que o Estado brasileiro assuma sua função de gastar recursos com aqueles que mais precisam, porque foram abandonados durante anos e anos.

Voltar aqui e investir no Alemão, construir este teleférico que, vocês podem ter certeza, o Brasil inteiro vai olhar com os olhos da boa inveja porque é uma obra, além de necessária, muito bonita. Uma obra, além de necessária, que mostra o imenso respeito pelos moradores do Complexo de Favelas do Alemão, o imenso respeito a eles como cidadãos. Eles terão o direito a ter acesso às melhores tecnologias de transporte de massa, respeitando as condições que ao longo dos anos, pelo abandono do Poder Público, foram criadas.

Então, hoje, nós comemoramos aqui esse respeito à cidadania dos moradores do Alemão. Comemoramos também o fato de que aqui nós voltamos a investir no direito sagrado das famílias de ter umlar, porque aqui também nós construímos, no Minha Casa, Minha Vida ou através do PAC, nós construímos moradias para a população do Complexo do Alemão.

Eu cumprimento, por isso, o nosso querido ministro das Cidades, Mário Negromonte. Ele representa, justamente, esta parceria que nós fizemos aqui no Alemão com o governo do Sérgio Cabral, através do nosso querido vice-governador Pezão, o Hudson e o Ícaro.

O Hudson e o Ícaro sempre foram pessoas que tiveram um imenso empenho em transformar em realidade algo que a gente olhava e falava: “Nós vamos ter de erguer aquilo”. É uma obra… uma coisa é estar no papel, outra coisa é chegar até aqui. O Pezão disse uma coisa muito certa. É muito difícil você construir. Uma coisa é quando está pronta, outra coisa é quando começa. Eu estive aqui várias vezes, visitei várias vezes com o Sérgio, o Pezão, o Ícaro e o Hudson. Eu visitei em momentos em que aqui era um conjunto de estruturas, que você não acreditava que virasse uma coisa tão bonita como virou.

Além disso, aqui tem todo um cuidado. Vocês podem olhar que tem um cuidado, um carinho especial com a população, porque não é uma obra que foi entregue sem cuidado com a beleza dela. É um cartão de visitas que honra a população do Alemão, porque esta população merecia que esta beleza fosse colocada à sua disposição.

Eu cumprimento também o nosso general José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, que representa, justamente, a parte do governo federal, junto com o Ministério da Defesa e as Forças Armadas, na contribuição para construir um ambiente de harmonia e paz no Alemão.

Nós devemos, sim, apoiar as forças de segurança do Estado, aqui representadas pelo secretário Beltrame, no sentido de construir aqui um ambiente que não mais dialoga com a violência, que não mais deixa crianças e jovens à mercê da violência e, muitas vezes, das drogas.

Cumprimento também a nossa ministra das Comunicações [da Comunicação Social], Helena Chagas,
           
Os deputados federais, os deputados estaduais,
           
Queria cumprimentar todos os secretários de governo, ao cumprimentar o Hudson,
           
Queria cumprimentar também o MV Bill, coordenador-geral da Central Única de Favelas,
           
Queria cumprimentar também os representantes das comunidades do Complexo do Alemão. Eu não vou dizer todos, não vou chamar a todos, mas vou cumprimentar através da Nilcéia Rocha da Conceição, da Comunidade do Adeus.
           
Queria dizer a vocês, principalmente aos jornalistas que estão aqui hoje, que o teleférico do Alemão, ele é um símbolo do PAC. É um símbolo do Programa de Aceleração do Crescimento no que este programa tem de mais importante para o Brasil, que é o fato de que nós não voltamos só a investir na infraestrutura das rodovias, das ferrovias e das hidrelétricas, o que é muito importante. O que o governo vem fazendo desde a época do presidente Lula, e que eu vou cada vez mais aprofundar, é este investimento nas pessoas. Nós não fazemos obras por causa dos materiais. Nós fazemos obras para beneficiar a vida diária de cada um. E aqui nós temos isso.

Muitas pessoas aqui, hoje, pessoas anônimas tiveram suas vidas modificadas. Me contaram uma história e me deram o nome da pessoa, e eu acho isso muito importante porque é simbólico do que uma obra destas representa. E ela representa isso: mudar de vida.

É a história da dona Ronisete Augusto. Ela, a Ronisete… Rosinete? Rosinete Augusto! A dona Rosinete Augusto – é você, não é? – está aqui, e ela mora aqui nesta região, aqui na Baiana, aqui na Estação da Baiana, e ela avista da casa dela a Estação da Baiana. Ela teve uma trajetória aqui muito interessante – pelo que me relataram, e agora eu tenho o imenso prazer aqui de estar perto dela – que é o fato de que durante muito tempo ela queria sair daqui, porque aqui não tinha condições para ela criar os dois filhos dela, o Tiago e a Maria Clara. O Tiago está ali e a Maria Clara está lá… A de rosinha? Oi, Maria Clara! O Tiago e a Maria Clara… Ela não conseguia ter, aqui, condições de se orgulhar da sua comunidade.

Hoje, eu tenho certeza de que a Rosinete vai se orgulhar da comunidade dela. Ela tem condições de se orgulhar da comunidade dela, ela não precisa mais andar, sob sol ou chuva, carregando sacolas lá de baixo até aqui em cima. Ela tem condições que, para cada uma das pessoas, é a condição normal de vida: o direito de ir e vir. Eé isso que foi construído com este teleférico.

Eu queria dizer que histórias como esta e o acesso que ela tem… porque aqui nestas estações tem biblioteca, aqui nestas estações vai ter acesso a serviços públicos, que não tinha. Eu vou dar um exemplo: hoje vocês viram que o INSS inaugurou aqui um posto de atendimento. Este posto de atendimento do INSS, ele ia ser pequeno, ia ser um posto pequeno. Mas o governo do estado e a prefeitura nos deram aqui dentro um espaço maior. Então, nós vamos prestar aqui todos os serviços que nós prestamos em qualquer posto do INSS. Primeiro, aposentadoria: quem tiver direito à aposentadoria, vai aposentar aqui neste posto do INSS, em meia hora; auxílio-maternidade: a mãe vai poder pegar aqui, também, o auxílio-maternidade com a maior rapidez, também em menos de meia hora. Todos os serviços vão ser prestados aqui. Outro serviço que nós inauguramos aqui é o de Correios, não só para a tradicional carta que todo mundo pode querer mandar ou receber da família, mas também para pagamentos, recebimento de contas e acesso ao Banco Postal que, junto com outros bancos que já estão operando aqui, como o Bradesco, vai poder garantir o acesso – sem você ter de percorrer toda a extensão – a serviços aqui dentro do Posto. Tudo isso significa uma coisa fundamental para todos nós. É que…

O que é, meu querido? (a Presidenta ouve alguém da plateia). Isso aí! Depois do Aristóteles, isso aqui é o verdadeiro milagre social! Esse é o nosso companheiro Aristóteles, e ele sinaliza quando a gente deve encerrar a conversa. Ele tem esse mérito!
E por isso eu quero encerrar dizendo: eu tenho… a gente, cada um de nós… todos vocês sabem, muitas vezes nós temos alguns orgulhos na vida. Eu tenho um forte orgulho, eu tenho orgulho de ter participado aqui, com o Cabral, com o Pezão, com o Ícaro, com o Hudson, com todo o pessoal da Caixa, com todos os companheiros do governo federal, do governo do estado, com o nosso querido prefeito Eduardo Paes, eu tenho imenso orgulho de ter participado aqui do Alemão, de um processo de resgate da população, dos brasileiros e brasileiras, dos cariocas que vivem aqui no Alemão.

Então, esta é a minha despedida de vocês. Um abraço!
 

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