Ministro conhece os detalhes da montagem da viatura Guarani

Margareth Lourenço

Às margens do Km 73,5 da rodovia MG-238, em uma área de 18km², são montados, peça por peça, os blindados empregados pela tropa de Infantaria Mecanizada do Exército. Batizados de Guarani, 321 veículos, do total de 1.580 contratados, já saíram da fábrica mineira da Iveco, em Sete Lagoas.

De lá, seguiram para batalhões do Exército espalhados pelo território nacional. Entre esses, 39 apoiam a operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Rio de Janeiro.

Para conhecer o passo a passo da montagem do Guarani, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, visitou, na terça-feira (25), a unidade fabril instalada no município a 100 km de Belo Horizonte. Acompanhado do chefe do Estado-Maior do Exército, general Paulo Humberto, e do chefe de Logística e Mobilização do ministério, general Laerte de Souza Santos, além de outros oficiais, Silva e Luna foi recebido pelo diretor da Iveco Defesa para a América Latina, Humberto Spinetti, e pelo gerente de Relações Governamentais, Alexandre Bernardes.

Durante palestra de boas-vindas, a comitiva foi informada sobre os detalhes da estrutura da empresa, bem como do desenvolvimento do projeto Guarani. A viatura blindada de transporte de pessoal – média sobre rodas, a VBTP-MSR – Guarani, que acomoda 11 ocupantes, é produzida pela empresa que está instalada no Complexo Fabril da CNH Industrial Brasil Ltda.

Com propriedade intelectual do Exército, o blindado foi projetado em parceria com a Iveco. No momento, para entregar cerca de 60 veículos por ano até 2035, são gerados 200 empregos diretos e 1.110 indiretos.

Como para construção do blindado é necessária tecnologia sofisticada, foi “montado um centro de desenvolvimento dentro da unidade fabril em Sete Lagos dedicado à Defesa”, destacou o diretor Spinetti. O blindado é construído com 91% dos componentes nacionais, que são fornecidos por 80% de fabricantes do Brasil, enfatizou o diretor. Ele lembrou a importância dessa indústria para a economia do país.

Após a explanação, o ministro e sua comitiva conheceram as etapas de construção do Guarani em um percurso de cerca de 20 minutos por parte dos galpões da empresa. O tempo real para finalizar cada unidade do Guarani é de quatro a cinco meses.

Depois de conferir os detalhes da montagem do blindado, a comitiva embarcou nos próprios veículos para seguir até o campo de provas, dentro da área da empresa. Em um local com plataformas, rampas de inclinação acentuada e tanque de água, foram demonstradas as capacidades de velocidade, acesso a terrenos íngremes e de boiar do Guarani.

Satisfeito com o que viu, o ministro da Defesa destacou que acompanha o projeto desde a sua formulação e participou das diversas etapas, mas, até o momento, não tinha ido à fábrica. O ministro disse que chamou sua atenção a grande quantidade de meios e boas instalações. Silva e Luna tem a intenção de levar até o local adidos militares para conhecerem a qualidade do blindado, bem como a capacidade de produção da fábrica.

Ele acredita que dessa forma contribuirá para a viabilidade econômica e expansão do parque instalado, que “integra nossa base industrial de defesa, possibilitando a sua expansão". O ministro ressaltou que “pelo fato das nossas Forças Armadas usarem o Guarani, assegura aos eventuais compradores a garantia de manutenção por anos e anos, podendo comprar os veículos com a segurança de que, necessitando, haverá peças para reposição”, ponderou.

Projeto Estratégico

O programa Guarani integra o portfólio estratégico do Exército focado na obtenção de uma nova família de blindados de rodas para equipar as tropas de cavalaria e infantaria mecanizadas. Estão previstas no programa a obtenção de diversas versões de viaturas com finalidades diversas como de reconhecimento, de transporte de pessoal, socorro, posto de comando, de artilharia antiaérea, central de tiro, oficina, ambulância, e posto de comando entre outras.

O programa retoma a capacidade da Base Industrial de Defesa com a fabricação em território nacional. A iniciativa tem garantido a transferência de tecnologia e qualificação técnica de mão de obra.

Fotos: Keven Cobalchini

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