
COBERTURA ESPECIAL - Guerras Híbridas Latinas - Inteligência
Ali Kamel - Nota do Diretor de Jornalismo da Globo
Também a carta do advogado de Bolsonaro Frederick Wassef.
Nota DefesaNet
A pretensa mensagem de Ali Kamel, escrita para ser distribuída para sua equipe, é na verdade um artigo para ser publicado na Folha de São Paulo. O Editor |
Nota de Ali Kamel, distribuída ao jornalistmo da Globo
Eu me refiro à semana passada, quando um cuidadoso trabalho da editoria Rio levou ao ar no Jornal Nacional uma reportagem sobre o Caso Marielle que gerou grande repercussão. A origem da reportagem remonta ao dia 1° de outubro, quando a editoria teve acesso a uma página do livro de ocorrências do condomínio em que mora Ronnie Lessa, o acusado de matar Marielle. Ali, estava anotado que, para entrar no condomínio, o comparsa dele, Elcio Queiroz, dissera estar indo para a casa 58, residência do então deputado Jair Bolsonaro, hoje presidente da República. Isso era tudo, o ponto de partida.
Ali Kamel
Vídeo de José Nêumanne Pinto, publicado em 30OUT2019: Bolsonaro dá aula de ética à Globo
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Carta do advogado Frederick Wassef:
"Jamais soneguei informação sobre os áudios conforme alegado pelo diretor geral de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, em carta aos jornalistas da emissora. No dia em que o depoimento do porteiro ia ser divulgado, recebi um telefonema da Rede Globo me convidando a participar do Jornal Nacional e dar entrevista na qualidade de advogado do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.
Recebi o telefonema convite às 19h27, poucos minutos antes do início do Jornal Nacional. Me encontrava no Pacaembu, em São Paulo, e tive de atravessar a cidade enfrentando um terrível trânsito. Cheguei no local combinado poucos instantes antes do início do Jornal Nacional. Assim que me sentei, passaram a fazer uma série de questionamentos, os quais respondi sem mesmo ter tido tempo de me preparar. De pronto, falei tudo o que eu tinha conhecimento até aquele momento.
Fui o primeiro a dizer ao Brasil que se tratava de uma engenharia criminosa arquitetada para, de forma fraudulenta, tentar envolver o presidente da República nas investigações que apuram o assassinato de Marielle Franco. Na minha entrevista, que foi editada, falei de absolutamente tudo que eu poderia falar como fruto da minha mais absoluta convicção. Não falei dos áudios pois não sabia deles e nunca tive acesso aos mesmos e nem ao seu conteúdo, não podendo imaginar do que se tratava.
Da mesma forma, jamais tive acesso a qualquer elemento informativo ou cópia de qualquer peça dos inquéritos e da investigação do caso, inclusive estando tudo em segredo de Justiça. Quem obteve com exclusividade o referido material que se encontra em segredo de Justiça foi o jornalismo da Rede Globo. Se eu soubesse ou tivesse a informação concreta de tão precioso material, como este áudio, com absoluta certeza teria falado não só no Jornal Nacional, mas em todas as entrevistas que dei, pois seria do máximo interesse de minha atuação como advogado e da defesa do presidente da República. Jamais perderia a oportunidade de denunciar no Jornal Nacional a existência dos referidos áudios que comprovariam de forma inequívoca e incontestável o todo afirmado por mim.
Reafirmo que não sabia da existência deste material ou de seu conteúdo e só vim tomar conhecimento dele pela imprensa, após a publicação de matérias televisivas em que ficou demonstrado que o investigado pela morte de Marielle jamais interfonou para a casa do presidente Bolsonaro. Todo o ocorrido apenas demonstrou que 100% do que eu disse na minha entrevista ao Jornal Nacional é a mais pura verdade.
Para minha surpresa, venho saber através de matérias jornalísticas que apenas e tão somente após eu denunciar ao Jornal Nacional, à televisão Bandeirantes, à Band News, a rádio Jovem Pan, à revista Veja e à Folha de S. Paulo, minhas afirmações quanto ao ardil levado a cabo através de uma testemunha plantada para mentir com deliberado propósito de incriminar o presidente da República, é que vieram as autoridades públicas do Rio de Janeiro a requerer os referidos áudios para a realização de perícia e posterior comprovação da fraude que eu mesmo denunciei.
Posteriormente a isso tudo, no dia seguinte a entrevista do Jornal Nacional, o próprio Ministério Público do Rio de Janeiro veio a público dizer que o porteiro mentiu quando fez o seu depoimento. Em outras palavras, o Ministério Público do Rio afirmou, 24 horas depois, o mesmo que eu disse em minha entrevista à Rede Globo, demostrando que tudo o que eu disse era verdade, o que confirmou a denúncia feita por mim, de uma conspiração para atingir o presidente da República levada a cabo por pessoas que certamente estão agindo a mando de terceiros, o que deve ser investigado.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, assim como a outros órgãos de imprensa, disse que na entrada do condomínio do presidente Bolsonaro, dentro da cabine, havia de dois a três seguranças e, do lado externo, outros seguranças. Afirmei que também existia um sistema de segurança de áudio e vídeo. A pergunta que fica no ar é: por que as autoridades que investigam o caso, após o depoimento do porteiro que trazia fato tão grave para dentro da investigação, não pediram as imagens do circuito interno de segurança para perícia? Por que não arrolaram todas as testemunhas que trabalhavam a hora e dia dos fatos junto com o porteiro que deu o falso testemunho? Foram omissões propositais? Alguém prevaricou?
A Rede Globo, segundo sua própria reportagem, já sabia de tudo e de toda a história há muito tempo e com muita antecedência. Tanto é que foram a Brasília apurar, segundo diz nota do diretor da emissora, se o então deputado federal Jair Bolsonaro se encontrava na capital federal no dia dos fatos. Por tanto, sabiam de tudo, inclusive que o depoimento era falso. De forma que fica o questionamento, por que levaram ao ar uma matéria sabendo de antemão que o depoimento da testemunha era falso? Em outras palavras, a emissora sabia muito antes de todas as informações, podendo fazer apuração e fazer as demais diligências. Não foram pegos de surpresa e muito menos induzidos a erro.
Tudo que afirmei nessa carta, falei exaustivamente a todos os jornalistas que me procuraram. Tenho o máximo respeito ao jornalismo e a imprensa que exercem fundamental papel no estado democrático de direito. Sempre tratei com máximo respeito e atenção a todos os jornalistas que me procuraram, inclusive da Rede Globo. Jamais sonegaria uma informação que é de minha total utilidade e interesse e que comprovaria tudo que tenho alegado nas minhas entrevistas.
Não podemos analisar o falso testemunho do porteiro de forma isolada. Já a muito tempo pessoas inescrupulosas vem tentado envolver a familiar Bolsonaro na investigação da morte de Marielle Franco, além de outras ilações levianas e irresponsáveis que têm sido feitas. Por tanto, não causa surpresa descobrir tamanha fraude e armação contra a imagem e a reputação do presidente da República em momento especial, quando ele estava no exterior, lutando e trabalhando pelo Brasil para trazer investimentos, para combater a pobreza, gerar riquezas e empregos.
Na nota do diretor da TV Globo ele diz que o presidente Jair Bolsonaro ameaçou a emissora de cassar a sua concessão, o que também não é verdade. Para confirmar isso basta assistir a live feita pelo presidente da República e ver que ele diz: “não vou perseguir vocês, basta ter a documentação em dia que a concessão será renovada”.
Afirmo ainda que estou apenas praticando o regular exercício da advocacia. Não posso ser atacado ou virar alvo por exercer minha profissão. Não sou político e nem pertenço aos quadros do PSL. O advogado não pode ser confundido com o seu cliente e também virar alvo. O direito ao exercício da advocacia deve ser respeitado."