Comentário Gelio Fregapani – No Mundo, no País e Sem noção

Assuntos: No Mundo, no País  e Sem noção 

 
No Mundo
 
O mundo é um lugar perigoso – Deve-se observar o desenvolvimento dos acontecimentos mundiais nas últimas décadas, principalmente após 11 de setembro de 2001. Violência crescente, guerras, invasões, falsos líderes populares, morte de milhões de pessoas, assassinatos de caráter político, degradação dos partidos, levantes sociais, endividamento dos Estados, desemprego, miséria, banalização da tortura…

O que pode nos reservar o futuro? Certamente podemos imaginar cenários que incluam a criação de uma estrutura confederada asiática liderada pela China, que poderia fazer uma aliança geopolítica com os Estados Unidos ou ao contrário, envolverem-se em uma disputa mortal . Pode acontecer o fortalecimento da União Européia ou sua implosão. Em qualquer dos casos os países da Europa terão que buscar uma aliança de fato  com a Rússia ou com outro país dotado de recursos naturais, como o nosso Brasil ou a recriação do colonialismo. A África tenderá a ser novamente dividida em protetorados, seja qual for o nome que derem a isto. Será difícil conter a proliferação nuclear, mas paradoxalmente isto poderá assegurar a paz. Todos terão que apelar para o protecionismo e o mercantilismo para sobreviverem, apesar do protesto dos partidários do l ivre comércio. Os pequenos países sem recursos naturais, se não descobrirem uma formula viável serão incorporados como províncias às nações mais poderosas, por mais autonomia que vierem a conservar. 

O desemprego global vai crescer, em vez de cair. E as pessoas comuns sentirão muito severamente o aperto. Sentirão mais ainda as que se demorarem a proteger suas indústrias e suas riquezas em nome de um universalismo comercial que não tem como existir..

Como pano de fundo teremos, em longo prazo, um choque entre civilizações: A ocidental, corroída pelas drogas e pela desagregação familiar e a islâmica, menos tecnológica e ainda desunida, mas que acredita em seus valores e está disposta a morrer por eles. Quem vencerá esta batalha? Ninguém pode prever. O resultado será determinado por uma infinidade de condições e de ações, mas em algum ponto, a tensão entre as alternativas vai pender definitivamente para um lado. Não havendo um fato novo que altere o rumo e as tendências, o estudo de História, desagradavelmente, nos aponta o provável vencedor.
 
Guerra por recursos – Como parte desses cenários, em termos mais imediatos temos a projeção da OTAN como uma força militar de alcance global, a serviço da agenda hegemônica das potências mais belicosas do bloco – EUA, Reino Unido e França -, no contexto do cenário de "guerras por recursos". É um fato tanto admitido pela liderança da organização como evidenciado pelos desdobramentos da intervenção francesa no Mali. A Aliança Atlântica se considera uma "gendarmeria global", pronta para intervir em todos os continentes e oceanos, onde os interesses dos seus membros maiores se considerem ameaçados. Uma boa parte da capacidade mobilizável ficará disponível para atuar em outras regiões do planeta, com o Norte e o Centro da África despontando como candidatos ideais, mas devemos atentar que um possível apoio à independência de “nações” indígenas estará na lista de opções, e até o pré sal, conforme a escassez de petróleo e a nossa fraqueza militar e moral.
 
Petróleo na America Latina – Washington e seus sócios estão engajados no projeto de estabelecer uma versão energética da natimorta Área de Livre Comércio das Américas   Outra vez, a oligarquia anglo-americana e suas petroleiras se mobilizam ensaiando manejar nações pseudo soberanas como marionetes. Ao México exigem a abertura da petroleira estatal Pemex aos investimentos estrangeiros. O Brasil é ameaçado com a sugestão de que, num futuro próximo, o México poderá desbancá-lo como destino de investimentos, a menos que se abra ainda mais á estes últimos, especialmente, para a exploração das reservas de petróleo e gás da camada pré-sal.
 
É clara a intenção de colocar em caminho de confronto entre as duas maiores nações ibero-americanas, o Brasil e o México. O velho truque de dividir para dominar tem finalidade especificada: controlar os vastos recursos energéticos de ambos, com destaque para o petróleo e o gás natural.
 
No passado, o G-7 ignorou o G-20, que hoje, como grupo, ainda é apenas uma aspiração geoestratégica e institucional. Entretanto, não é segredo que a força econômica do G7 não corresponde mais, há muito tempo, à realidade econômica mundial.

Os controladores da economia globalizada atuam e contam com o apoio a fim de impedir que a China se torne o terceiro país mais importante do Fundo, ou que o Brasil venha a avançar até alcançar, no futuro, uma posição condizente com a sua condição de sexta maior economia do planeta.

Com a dívida interna líquida de 35% do PIB, débitos externos menores de 15% do que produz todos os anos, 378 bilhões de dólares em reservas, sendo o terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, depois da China e do Japão e credor do próprio FMI, o Brasil não aceita mais ser tratado no mesmo patamar de países de peso geográfico, demográfico e econômico menor.
 
A raiz de todos os males?O objetivo do Clube Bilderberg seria a busca de uma era pós-nacionalismo, em que já não haverá países, só regiões e valores universais. Ou seja, só uma economia universal, um governo universal (não eleito) e uma religião universal. Para assegurar esses objetivos, os membros do Clube tem usado a força dos poderosos da ocasião. Consta que iniciaram com Veneza, passando para a Holanda, dessa para Inglaterra e depois para os EUA, seguindo e usando o poder militar desses países. Há quem afirme que muitas das guerras do mundo teriam sido provocadas para servir aos seus interesses, inclusive as duas guerras mundiais do século XX. Essas afirmações receberam o nome de “Teoria da Conspiração.”
 
No País
 
Afinal, para que serve o Congresso Nacional? – É  crescente a revolta e indignação da sociedade contra a classe política que se perpetua e enriquece sem cumprir o seu papel de lutar pelo bem da sociedade .  Estão brincando com fogo.

Figura nefasta – Lula não foi de todo ruim, pelo menos se comparado com o FHC. Teve erros terríveis, cedeu à pressões estrangeiras, como o caso da Raposa-Serra do Sol e disseminou a corrupção, antes restrita aos altos escalões, mas freou as desnacionalizações tucanas e manteve o Brasil fora da recessão mundial com seu assistencialismo, que para a ocasião foi certo. Teve seu papel, mas agora seria a hora de “desencarnar” da Presidência. Inconformado, lamentavelmente procura influir, ou mesmo mandar no Governo Dilma.

A Presidente atual enfrenta por isto o momento mais difícil de seu governo. Quem a está deixando em maus lençóis não é a oposição, mas Lula, talhado para ser o maior desafio da Presidente Dilma. Esta ainda pode mobilizar os que estão gostando de seu Governo,pela sua presteza em resolver os problemas emergenciais com firmesa, (e são muitos) e colocar o Lula em seu lugar, apesar do PT ficar com o Lula na disputa. Mas Dilma também pode se intimidar e deixar a coisa fluir por medo da força do PT. Nesse caso, seu governo começará a acabar. Ainda que seja reeleita em 2014, ficará mais quatro anos sendo apenas tolerada na gerência.

Uma figura ainda mais nefasta  –  Marina Silva, pensa em se candidatar à presidência. Se conseguir se eleger ficará proibido o plantio de maçãs em Santa Catarina, de parreiras no Rio Grande e de arroz em várzea no Brasil.. Podemos até viver sem maçãs ou sem uvas, mas não sem feijão com arroz. Teremos que comer arroz de várzea produzido no Uruguai ou na China.
 
Cerca de 500 indígenas mundurukusse reuniram no município de Jacareacanga, PA, para definir a sua agenda. Em síntese, os índios expressaram a sua determinação para:
1) frear os projetos de usinas hidrelétricas nas bacias dos rios Tapajós e Teles Pires;
2) barrar a tramitação de projetos de legislação setorial no Congresso; e,
3) fazer avançar a demarcação de novas reservas indígenas.  – Atrás deles o CIMI, a FUNAI , as ONGs e governos estrangeiros.

Dentre os objetivos expressos: "o fim dos estudos das hidrelétricas na Bacia do Tapajós e Teles Pires"; a revogação "imediata da Portaria 303 da AGU)", a paralisação do Projeto de Emenda Constitucional 215  e do Projeto de Lei 1610/96 que retiram da Funai o monopólio da aprovação da delimitação de novas terras indígenas, fazendo a decisão final passar pelo Congresso Nacional. Afirmam: “Não vamos permitir qualquer tipo de estudo sobre implantação de hidrelétricas na região”.

Coragem, Dilma .
 
Em Santa Catarina – A onda de crimes continua mesmo com a presença da Guarda Nacional (organização militar criada pelo PT com objetivos não bem esclarecidos). Vai sobrar para o Exército, que só será bem sucedido se tiver autorização para agir em força.
Não foi sem motivo que Caxias, o Pacificador, exigiu sempre o comando político quando teve que controlar as sublevações.

 
   

 
É incrível a nossa vulnerabilidadeno setor “Segurança”, quer no setor Segurança Púbica quer no de Segurança Nacional. Na Segurança Pública a solução seria simples: o incentivo à reação armada aos assaltos e a pena de morte para latrocínios e seqüestros com morte e trabalho obrigatório para os demais. A reação das pessoas honestas acabaria com os assaltos comuns em algumas semanas. E a pena de morte nos casos citados pouparia vidas de pessoas, pois não haveria reincidências. Só falta coragem para por em prática.

Mais difícil seria diminuir nossa vulnerabilidade militar. Isto exigiria que nossos Estados Maiores tivessem autonomia. Que identificassem as ameaças em vez de cuidar da burocracia e pensar genericamente; que constatassem o que todo o mundo sabe – que nossos meios, nosso dispositivo e nossa filosofia de combate não tem condições mínimas de neutralizar essas ameaças. Verificado isto conseguir os meios necessários, desde armamento nuclear, (mesmo denunciando o Tratado de Não Proliferação); passando por meios anti aéreos (porque os aéreos estão fora do nosso alcance), indo até a fabricação de armamento no País, por brasileiros, hoje impedidos pela burocracia do próprio Exército. Teria que ajustar o procedimento para guerrilha urbana e rural – esta última só efe tiva com o auxílio de garimpeiros armados.

Sim, é difícil, mas é possível. O que não pode é ser feito em cima da hora.

Antes de mais nada cuidar do moral da tropa. Segundo o nunca desmentido Sun Tzu, quando o Exército está desprestigiado e amedrontado pelo Governante, os príncipes vizinhos se alvoroçam. A verdade é que  é impossível ser bom combatente quando se é dominado pelo medo.
 
Sem Noção
 
Efeito contrário – Com os ataques por “Vants” os EUA estão criando mais inimigos do que os que conseguem matar. Assim prolongarão a guerra ao infinito, e não conseguirão vencer.
 
O Editorial do Washington Times classifica a Presidente Dilma como inimiga dos EUA. (“Se o planeta está dividido entre aqueles que estão conosco e aqueles que estão contra nós, a Sra. Rousseff está do lado errado"). A má vontade dela para com aquele país pode até ter raízes esquerdistas, mas essa classificação significa apenas que ela defende os interesses brasileiros, coisa que desde a redemocratizaç ão não se observava. Quanto tempo faltará para os que aqui defendendo os nossos interesses que contrariem ao interesses deles passem a serem também alvejados?
 
Traição e burrice – Gente como Marina olha para a questão do Código Florestal à luz dos interesses dos competidores internacionais. Isto já sabíamos, mas a atitude do Ministério Público, por ideologia ambientalista radical e equivocada é que não se compreende. Pode levar o caos aos pequenos produtores rurais brasileiros e elevar piorar o drama o preço dos alimentos na inflação, prejudicando toda a sociedade brasileira. Querem conceder aos animais e às plantas nativas o que negam aos seres humanos.

Traição pura e simples – Collor e FHC levaram a desnacionalização às últimas consequências. Acabaram com as com as estatais eliminando assim, muito do que havia de nacional fazendo o País gastar centenas de bilhões de reais para entregar, a troco de nada, as jóias da Coroa e praticamente toda a infra-estrutura.  Posteriormente, ainda o Governo FHC, apagou da Constituição a distinção entre empresas de capital nacional e de capital estrangeiro acabando com quase toda indústria privada nacional que ainda sobrevivia.  O Governo do PT, apesar de não compactuar filosoficamente com a de snacionalização, tem cedido as pressões e a desnacionalização continua, embora em ritmo menor.
 
Dinheiroesbanjado – O governo FHC deu direito ao uso dos jatos da FAB ao vice presidente, aos presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo e aos ministros. Cada viagem no jatinho, de ida e volta a Manaus custa R$ 42 mil, mas sai por cerca de R$ 1.500 em avião comercial.
 
Não adiantou – O governo Lula, instituiu que os ministros podem utilizar transporte comercial nos deslocamentos para casa. Apenas um ministro aderiu: Alfredo Nascimento, casualmente um dos que caíram por irregularidades em suas pastas.
 
Parece que o nosso Congresso decidiu. Quer ser aquilo que vem sendo – um poder nanico, insignificante, que não vale o que gasta. Nossos parlamentares estão entre os mais caros do mundo, e são dos mais numerosos também.Há tanta coisa que poderiam  fazer que até justificaria sua existência, por exemplo, se desse um basta na questão indigenista antes que o nosso Pais se desagregue e assim ninguém mais reclamaria e seus gastos. Já para remunerar vereadores , não se consegue achar justificativas

Estando em viagem, voltarei aos comentários no final de abril.

Que Deus guarde a todos nós
Gelio Fregapani
 
Adendo – QUE DÍVIDA?
 

QUE DÍVIDA?
 

Ricardo Bargmann


O Brasil é um dos países que podem se ufanar de seu pioneirismo em muitas coisas, a exemplo da execrável Cota Racial para universidades ou sua chamada "política de inclusão", um palavrório rebuscado que remete ao descarado incentivo de racismo, gayzismo e mais outros ismos, tudo com o dinheiro do "contribuinte" (signo tão contraditório, como de certa feita ressaltara o professor Ubiratan Iorio, haja vista poucos entregarem suas reservas monetárias ao Estado de livre e espontânea vontade). A noção de justiça, segundo a Doutrina Cristã ou o que se convencionou no Ocidente desde as civilizações gregas e romanas, tal noção vai para a lata de lixo em nome desta modernização perpetrada pela ignorantzia.
 
No entanto, nada soa mais ridículo e revoltante do que a chamada dívida histórica, que dizem o país — esta entidade tão onipotente — ter para com certas etnias ou povos, seja por ações agressivas pontuais levadas a cabo por algum agente político, seja pela própria situação econômica ou política por que passa ao longo de dada cronologia tal grupo minoritário. De ai se pode depreender uma vasta dívida, multifacetada, exposta em diversos eixos: para o feminismo temos a dívida histórica que um suposto machismo difuso lhe deve pagar; para os movimentos negros temos outra dívida que diz respeito à escravidão que embora tenha sido praticado oficialmente até o século XIX, ainda é culpa das gerações presentes não se sabe como; para os movimentos indígenas, as terras ermes e vastas áreas de florestas (salvo algumas exceções) não deveriam nem ter sido tocadas, pois, historicamente lhe pertenceriam e por isso devem ter uma reparação por esta dívida histórica; para os gays e suas derivações plurais, desde a emergência da civilização cristã existiria um ódio estimulado pela sociedade contra eles (não se sabe apontar como acontece esse fato, dai justificarem sua proposta em números estatísticos mirabolantes de assassinatos de travestis e gays), o que, claro, como dívida histórica deve ser ressarcida por meio de políticas de estímulo ou, mesmo, processos contra o Estado ou indivíduos/instituições específicos. Enfim, a lista corre ao sabor da pena…
 
A noção de justiça que se prostituiu resulta em construto tão tacanho que, mesmo o sujeito de todas as questões, como é abstrato, deve ser sempre o Estado, muito embora queiram estender sob o dístico do "preconceito" a punição à todas as vozes dissonantes, bem à moda esquerdista. Portanto, tal conceito objetivo de justiça se dissolve neste caldo de noções superficiais de equidade esquerdista.
 
Muito embora, por exemplo, a escravidão tenha sido algo inerente à cultura até o século XIX, sendo que por motivos justos é extinguido, ainda assim se reivindica uma reparação dos descendentes destes escravos que nada sofreram, sendo que como não é possível fazer tal representação contra um ou outro culpado, logo é o Estado que deve reparar algo em que ele concedia o beneplácito há um século, isto por meio de medidas tão burras quanto a própria idéia de escravidão: cotas raciais para universidades, entidades públicas e em tudo o mais que for possível. É clarividente que seus resultados reais serão outros, como a quebra da noção de meritocracia, a difusão do racismo (pois, logo vão ligar a incompetência à noção de raça), a destruição da competência profissional que já era convalescente, etc. e tc.
 
Em outras variantes temos até uma astúcia maior, como no caso dos indígenas. Não bastasse, pois, a incorporação do discurso esquerdista por parte deles¹ com direito a uma suposta ecologia imanente e ao discurso de miserabilidade por causa, como sempre, do Capitalismo, ainda têm-se a chamada dívida histórica devido à ocupação do Brasil pelos estrangeiros e a necessária e consequente ocupação — diga-se de passagem, mais do que lícita — de vastos territórios antes de domínio de algumas etnias. Os indígenas, como bem sabe quem conhece particularmente a situação², enxergam com uma manha ardilosa e sutil a possibilidade do Estado lhes remeter parcelas de terras gigantescas por via das Reservas Legais ou o auxílio financeiro do mesmo por via da falida FUNAI. Sobretudo, o que fica destes estratagemas é o ímpe to resoluto dos indígenas, não todos claro, de adentrarem na Economia de Mercado, o que não fazem por um motivo ou outro expresso no ócio e na falta de especialização, resultando na sua revolta por ser humilde e o Estado não lhes ajudar.
 
E assim, a exemplo do que ocorre na Educação, na Economia, na Política, vai o Brasil inovando e fazendo o mundo ficar de joelhos diante de tão grande contribuição para a história latino-americana, quiça mundial. Deprimente…

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¹ – Leandro Narloch em seu Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, faz uma bela descrição a respeito.
² – Tenho algum conhecimento de causa porque possuo acesso livre à algumas tribos do meu Estado, conhecendo por outros meios o que se passa na realidade das tribos.

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