Dominó Árabe – EUA condenam discurso e plano de paz de Assad

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, disse que o plano de paz apresentado por Assad é "fora da realidade" e "mais uma tentativa do regime sírio de se manter no poder".

Segundo Nuland, o plano atrapalha os esforços do enviado de paz internacional, Lakhdar Brahimi. Os EUA reafirmaram que o presidente sírio deve "se afastar e permitir uma transição política".

O discurso de Assad também foi criticado pela vizinha Turquia, pela Grã-Bretanha e pela União Europeia, que reiteraram pedidos para que o presidente sírio renuncie.

Em resposta ao discurso, a Coalizão Nacional de oposição da Síria disse que o presidente quer tornar inviável qualquer acordo internacional que possa acabar com seu governo.

Plano

O pronunciamento público foi o primeiro feito por Assad desde junho e foi transmitido pela TV. Apoiadores do regime, que lotavam a Ópera de Damasco, várias vezes interromperam o discurso com aplausos e cânticos.

O presidente rejeitou o movimento de oposição, classificando os rebeldes como marionetes fabricadas pelo Ocidente, e disse que a Síria queria negociar com os "os mestres, e não com os servos".

Assad afirmou que a Síria não rejeita a diplomacia, mas insistiu que não iria negociar com as pessoas com idéias "terroristas".

Assad listou uma série de medidas que, segundo ele, seriam uma solução para a crise:

  • Potências estrangeiras devem parar de armar o que chamou de "grupos terroristas"
  • O exército, então, suspenderá as operações militares, reservando-se o direito de defender os interesses do Estado
  • O governo entrará em contato com o que ele chamou de "indivíduos sírios e partidos políticos" para que se estabeleça uma conferência de diálogo nacional
  • A conferência tentaria redigir uma nova Constituição, que seria submetida a referendo, levando a eleições parlamentares e a um novo governo

Argumentos

O correspondente da BBC James Reynolds observa que, em seu pronunciamento, Assad repetiu os dois principais argumentos que vem empregando desde o início do conflito na Síria, em março de 2011.

O primeiro é o de que a oposição é liderada por terroristas estrangeiros e deve ser derrotada.

O segundo, é o de que o seu próprio governo está disposto a promover reformas.

A ONU calcula que mais de 60 mil pessoas já morreram desde o início do conflito na Síria.

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