China alerta para EUA não tomarem partido em disputa local

A China alertou os Estados Unidos para não se envolverem nas disputas territoriais marítimas no Mar do Sul da China, na terça-feira, enquanto a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, dirigia-se para Pequim prometendo transmitir uma enérgica mensagem sobre a necessidade de se acalmar as tensões regionais. Os atritos desta vez são as disputas pelas pequenas ilhotas e formações rochosas em regiões ricas de petróleo e gás natural nos mares do sul e leste da China, o que opõe a China a aliados regionais dos EUA, como as Filipinas e Taiwan.

Enquanto Hillary retornava para Pequim na terça-feira, autoridades dos EUA afirmavam que a mensagem era, mais uma vez, de cooperação e parceria – e uma importante oportunidade de comparar experiências durante um ano de transição política. O porta-voz do ministro de Relações Exteriores, Hong Lei, insinuou em um coletiva de imprensa de rotina que o governo norte-americano não era uma ajuda útil no conflito marítimo.

"Nós notamos que os Estados Unidos afirmam muitas vezes que não tomam posição por nenhuma das partes", disse Hong, quando foi questionado sobre o papel do país ocidental. "Nós esperamos que os Estados Unidos cumpram com suas promessas e façam mais pelo que seja benéfico à paz e estabilidade regional, e não o contrário".

Em Jacarta, na segunda-feira, Hillary pediu à China e a seus vizinhos do Sudeste Asiático que se apressem na busca de um código de conduta para o Mar do Sul da China e enfatizou que os conflitos devem ser resolvidos "sem coerção, sem intimidação, sem ameaças e certamente sem o uso da força".

A secretária de Estado, que deve ainda seguir sua viagem até a China, ofereceu forte apoio americano para a aprovação de plano de seis pontos elaborado regionalmente para diminuir a tensão na região, através da implementação de um código de conduta para todos que reclamam soberania de territórios.

De acordo com a AP, Hillary pressionou a Asean a insistir para que a China concorde com um mecanismo multilateral formal para reduzir os riscos de conflitos e chegar a um acordo final sobre a questão.

Esta postura coloca diretamente os Estados Unidos em posição de antagonismo em relação aos chineses, que têm se tornado cada vez mais assertivos em pressionar seus pequenos vizinhos a negociar as disputas territoriais diretamente com o governo de Pequim, de forma individual, ao invés de tratar com o bloco.

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