Talibãs não têm chance de vencer no Afeganistão, diz Otan

Os talibãs não têm chances de vencer no Afeganistão pois "sofreram enormes reveses no ano passado", declarou nesta quarta-feira a porta-voz da OTAN, reagindo à publicação na imprensa de um relatório secreto sobre o estado de ânimo dos insurgentes. A porta-voz da Otan em Bruxelas, Oana Lungescu, rejeitou "comentar esse relatório confidencial" que é "na realidade um resumo de declarações dos presos talibãs, suas opiniões ou o que acreditamos que eles pensam. É então uma fonte de informação entre outras".

Ao contrário, "consideramos o que sabemos: os talibãs sofreram enormes derrotas no terreno o ano passado, perderam muita influência e líderes", acrescentou Lungescu à imprensa na vépera de uma reunião dos ministros de Defesa dos 28 países membros da Otan em Bruxelas. "Sabemos também que o apoio aos talibãs é o mais baixo da história e que o exército afegão se fortalece cada dia mais", segundo ela.

Revelado em parte pela imprensa britânica, o relatório secreto da Otan, intitulado "O estado dos talibãs", indicou que a força, a motivação, o financiamento e a capacidade dos talibãs "continuam intactas", apesar dos "fortes golpes de 2011". "Muitos afegãos", inclusive no interior do governo "se preparam para um eventual regresso dos talibãs", destacou o relatório com base em 27.000 interrogatórios de mais de 4.000 presos talibãs e membros da al-Qaeda, combatentes e civis estrangeiros".

O relatório também acusou os Serviços Secretos Paquistaneses (ISI) de apoiar clandestinamente os talibãs. Derrubados do poder, no final de 2001, por uma coalizão militar internacional liderada pelos Estados Unidos, os talibãs pouco a pouco foram recuperando terreno a partir de 2005, ao exercer uma luta guerrilheira em pelo menos dois terços do país atualmente.

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