Esforço pelo patriotismo

Manoela Alcântara e Mara Puljiz

Bandeiras do Brasil nas mãos, bonés verde e amarelo, fantasias completas. De carro, de bicicleta, de ônibus ou de metrô, 57 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, foram até a Esplanada dos Ministérios, na manhã de ontem, para comemorar os 189 anos de independência do Brasil. Dois minutos antes do previsto, a presidente Dilma Rousseff já desfilava em carro aberto, rumo à tribuna de honra. Depois de ser assistida e aplaudida pelo percurso de 1km, ela chegou no Rolls-Royce da presidência e autorizou o início do desfile cívico, com atraso de 15 minutos. A primeira mulher a comandar o executivo nacional emocionou o público e trouxe para a capital muitos interessados em presenciar a comemoração.

Muita gente acordou cedo para conseguir um lugar privilegiado nas arquibancadas, que comportavam 20 mil pessoas. A professora Eliane Rodrigues dos Santos, 28 anos, chegou às 6h e conseguiu um espaço em meio à multidão. Ela saiu por volta das 5h de Águas Lindas de Goiás e assistiu ao desfile pela primeira vez ao lado do marido, o confeiteiro Evanildo Pereira da Costa, 36, e das filhas Vitória, 5, e Gabriele, 7. "Pretendo repetir a dose no ano que vem. O que mais gostei foi da Esquadrilha da Fumaça. As meninas estavam curiosas para ver a Dilma. Foi maravilhoso", contou.

O governador Agnelo Queiroz participou da festa ao lado da presidente Dilma Rousseff

A aposentada Anésia Alves Silva, 69 anos, saiu de Goiânia, às 4h, com o filho, a nora e os netos, de 15 e 7 anos, para participar das comemorações. Esta foi a terceira vez que ela assistiu ao desfile de 7 de Setembro. O primeiro foi quando ainda tinha 18 anos, na época em que Jânio Quadros era presidente do Brasil. "Era lindo, tinha bailarinas, o exército. Hoje (ontem) foi emocionante como sempre", ressalta. Enquanto observava cada detalhe do evento, ela se abanava com um fôlder de divulgação. "Está muito calor. Não esperava que fosse começar tão tarde. Antigamente iniciava às 8h", complementou.

Enquanto elas assistiam à apresentação cívica da arquibancada, algumas pessoas se espremiam entre as grades de proteção para ver o espetáculo de estudantes, militares, atletas e outros que homenagearam o país na pista. No total, 1,3 mil civis e 3,5 mil militares marcharam na Esplanada. Entre oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica, bailarinas e educadores também mostravam o que o país tem de bom. Para não perder nenhum momento, pessoas de todas as idades se arriscaram a subir em árvores.

Nem mesmo os 65 anos de Iracema Marques da Silva a impediram de ficar a cerca de três metros do chão. Ela escalou sozinha uma árvore. "Queria ter trazido uma máquina, porque aqui estou vendo que é uma beleza", brincou a aposentada, moradora do Recanto das Emas. Iracema usava um vestido rosa com bolinhas vermelhas. Estava acompanhada das netas Sara Monique Marques, 13 anos, e Tamires Jesus Marques, 14. "Nem a gente teve coragem de subir. De vez em quando, olhamos para ver se ela está bem", contou Sara.

O governador do DF, Agnelo Queiroz, chegou às 8h30 à Esplanada, ao lado da primeira-dama, Ilza Queiroz. Ele recepcionou, com o ministro da Defesa, Celso Amorim, a presidente Dilma Rousseff na abertura da solenidade. Sentado entre a mulher e a presidente, Agnelo trocou poucas palavras com Dilma. Assim que terminou o desfile, ele deixou o palanque sem falar com a imprensa. Secretários de Estado e políticos do DF ficaram na Galeria Ipiranga, reservada às demais autoridades. Entre os secretários estavam a de Comunicação, Samanta Sallum, o de Ciência e Tecnologia, Gastão Ramos, e o de Ordem Pública e Social, Agrício da Silva.

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