EUA e Rússia assinam acordo para evitar acidentes aéreos na Síria

A Rússia e os Estados Unidos assinaram, nesta terça-feira (20/10), um memorando para impedir incidentes entre os caças dos dois países no espaço aéreo sírio, anunciou o vice-ministro da Defesa russo, Anatoli Antonov. O acordo também foi confirmado pelo Pentágono.

"O memorando contém um número de regras e de restrições que visam impedir incidentes entre os aviões russos e americanos" que efetuem, sob a bandeira de operações militares distintas, ataques aéreos contra a organização extremista do "Estado Islâmico" (EI) na Síria, declarou Antonov, citado pela agência estatal russa Ria-Novosti.

As medidas de segurança incluem "manter o profisionalismo aeronáutico" e fazer uso de frequências específicas de comunicação entre aeronaves. Os dois países também convordaram em manter uma "distância segura" entre os caças, depois que aeronaves russas e americanas voaram muito perto uma das outras nas últimas semanas.

A coalizão de cerca de sessenta países, liderada pelos Estados Unidos, iniciou os ataques aéreos contra alvos jihadistas do EI na Síria em setembro de 2014. Poucas semanas depois, começaram a atuar também no Iraque. Os russos começaram seus bombardeios em 30 de setembro, no âmbito de outra operação militar.

A Rússia diz que também tem como alvo o EI e outros grupos "terroristas", mas o Pentágono argumenta que Moscou visam somente os rebeldes que lutam contra as forças leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, aliado da Rússia e do Irã.

Até o momento, não houve incidentes entre os aviões dos dois países. A Síria está afundada numa guerra civil desde janeiro de 2011. Desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram, além de ter provocado o deslocamento de milhões de sírios, com muitos deles buscando migrar para a Europa.
 

Assad faz visita surpresa a Putin

O presidente sírio, Bashar al-Assad, reuniu-se com o presidente russo, Vladimir Putin, na noite desta terça-feira (20/10), em Moscou, para analisar a estratégia de luta contra o terrorismo na Síria, afirmou o Kremlin nesta quarta-feira.

"As conversações foram muito longas", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, ao anunciar a visita relâmpago de Assad à capital russa.

Peskov acrescentou que os dois líderes falaram sobre "assuntos relacionados à luta contra as organizações terroristas e a continuidade da operação russa de apoio às ações das Forças Armadas sírias". Putin foi "detalhadamente informado" sobre a situação na Síria, disse Peskov.

Assad agradeceu Putin pela intervenção na Síria. "O terrorismo, que agora se espalha pela região, teria conquistado áreas muito maiores e se espalhado por um território muito mais amplo se não fossem suas ações e decisões", declarou.

Segundo um relato da reunião publicado no site do Kremlin, Assad expressou "sua enorme gratidão a toda liderança da Federação Russa e ao povo russo pela ajuda que estão dando à Síria".

Assad retornou a Damasco logo após o encontro. Esta foi a primeira visita dele ao exterior desde o início da insurreição no país, em 2011. A ideia do encontro foi de Putin, que agradeceu Assad pela visita.

Pouco antes, Rússia e Estados Unidos divulgaram a assinatura de um memorando de entendimento sobre ataques aéreos na Síria, com o objetivo de coordenar suas atividades e evitar colisões.

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