Rússia adverte que situação no leste da Ucrânia é preocupante

O ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, advertiu nesta segunda-feira que é preocupante a situação no leste da Ucrânia, onde nos últimos dias se recrudesceram as ações militares entre as forças ucranianas e as milícias pró-russas.

"É preocupante a situação nas frentes. Podemos dizer que não há um linha de separação de forças, mas, em essência e infelizmente, uma frente", disse Lavrov, em entrevista coletiva ao término de suas conversas com seu colega iraniano, Javar Zarif.

O chefe da diplomacia russa indicou que apesar das partes em conflito declararem disposição de afastar da primeira linha as peças de artilharia de calibre inferior a 100 milímetros, o acordo não pôde ser concretizado pela postura de Kiev.

"Nos preocupa o desenvolvimento dos eventos dos últimos dias, que se parecem muito aos preparativos de novas ações de combate", recalcou.

Lavrov ressaltou que os contatos diretos entre os representantes de Kiev e as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk são chave para impulsionar os acordos de Minsk para a regulação pacífica do conflito.

"A parte ucraniana trata de eludir este tipo de contatos ou tenta impor critérios, segundo os quais tudo deve ser resolvido sem a participação de Donetsk e Lugansk. Tudo isto é preocupante", acrescentou.

O titular das Relações Exteriores acusou o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, de tentar elevar artificialmente a tensão mediante "declarações delirantes" que pretendem "alimentar a russofobia no Ocidente.

Lavrov se referia a uma recente entrevista publicada pelo jornal francês "Libération", na qual Poroshenko garantiu que o presidente russo, Vladimir Putin, quer para si "toda Europa" e "está disposto a chegar tão longe como for permitido".

O chanceler russo indicou que com este tipo de declarações o presidente ucraniano procura distrair a atenção de "sua própria incapacidade de cumprir o que assinou", em alusão aos acordos de Minsk.

Segundo os últimos dados da ONU, cerca de sete mil pessoas, entre combatentes e civis, morreram no leste da Ucrânia em 15 meses de conflito.
 

Ucrânia prepara nova ofensiva contra separatistas¹

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou nesta segunda-feira que suspeita que a Ucrânia esteja preparando uma nova ofensiva contra os separatistas pró- Moscou no leste ucraniano, após uma retomada dos combates.

Confrontos perto da cidade portuária de Mariupol e na cidade dominada por rebeldes de Gorlivka trouxeram tensão ao frágil cessar-fogo entre forças do governo da Ucrânia e separatistas.

"Nós estamos preocupados com os desdobramentos dos últimos dias que lembram à preparação para mais ações militares", disse Lavrov em uma entrevista à imprensa, na qual acusou a Ucrânia de romper com os termos do cessar-fogo.

"Foi como em agosto do ano passado, quando os soldados ucranianos receberam ordens de atacar."
 

Berlim cobra cumprimento de Acordo de Minsk em auge de violência na Ucrânia²

O governo alemão rotulou nesta segunda-feira de "explosiva" a situação no leste da Ucrânia e afirmou que o segundo Acordo de Minsk é o único roteiro viável sobre a mesa, apesar de alguns o darem por fracassado.

"Não estamos dispostos a assumir que o Acordo de Minsk é história, como alguns pretendem", afirmou hoje o porta-voz do Ministerio das Relações Exteriores, Martin Schäfer, que insistiu que "esse é o plano de rota".

O porta-voz reconheceu que a implementação do acordo, assinado pelos presidentes da Ucrânia e da Rússia, Petro Poroshenko e Vladimir Putin, com a mediação da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande, "não é o ideal".

No entanto, "para o governo alemão é claro que a violência de qualquer um dos lados não é a solução para pacificar o leste da Ucrânia", afirmou Schäfer.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, pediu "a todas as partes a implementar Minsk" e a ajudar à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que ontem mesmo denunciou que os dois lados usam armamento pesado proibido pelos acordos de Minsk.

A OSCE "constatou o uso de artilharia pelas duas partes, que há uma grande quantidade de violações do cessar-fogo" e lamentou que "a situação piora e continua sendo instável".

Tanto as forças de Kiev como os separatistas pró-Rússia voltaram a desdobrar artilharia e plataformas de lançamento de mísseis no front, segundo os últimos relatórios da OSCE.

Nos últimos dias, tanto o exército ucraniano quanto rebeldes pró-Rússia se acusaram de centenas de violações do cessar-fogo e informaram de vários civis mortos em ataques contra as cidades de Gorlovka, nas mãos dos separatistas, e Dzerzhinsk, controlada por Kiev.

Segundo os últimos dados da ONU, cerca de sete mil pessoas, entre combatentes e civis, morreram no leste da Ucrânia em quinze meses de conflito.


Civis e soldados morrem em combates no leste da Ucrânia¹

Durante a noite de domingo irromperam combates entre forças ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia em partes separadas do leste da Ucrânia, o que causou a morte de pelo menos dois soldados ucranianos e vários civis, segundo fontes militares e separatistas de Kiev nesta segunda-feira.

Os confrontos, próximo de Mariupol, no sudeste, e Horlivka, uma cidade controlada pelos rebeldes, são parte do ressurgimento da violência que desgasta ainda mais o tênue cessar-fogo e aumenta a tensão em Kiev no período de preparação para as celebrações do Dia da Independência.

O governo ucraniano acusou os separatistas do uso de morteiros contra civis na periferia da cidade portuária de Mariupol. Em Moscou, o chanceler russo, Sergei Lavrov, culpou o governo em Kiev pela violência, sem dar detalhes, mas dizendo suspeitar que as autoridades da Ucrânia estejam preparando uma nova ofensiva contra os separatistas.

A escalada atraiu manifestações de preocupação dos governos ocidentais, que consideram o cessar-fogo e um acordo de paz provisório firmado em Minsk, Belarus, em fevereiro, como o melhor meio de acabar com a rebelião no leste da Ucrânia.

O porta-voz militar ucraniano, Andriy Lysenko, disse que os rebeldes usaram morteiros com um alcance de 15-16 km para bombardear Sartana, no extremo norte de Mariupol.

"O inimigo não estava bombardeando posições ucranianas, mas uma cidade civil", disse ele em entrevista coletiva.

Segundo Lysenko, dois soldados ucranianos foram mortos e sete ficaram feridos em ataques de separatistas nas últimas 24 horas.

A polícia regional disse que pelo menos um homem e uma moça foram mortos em Sartana.

 

 


¹com Gabriela Baczynska (Reuters)
² Agência EFE

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