EUA e Otan dizem que Rússia deve implementar integralmente cessar-fogo na Ucrânia

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, fez um apelo pelo fim dos embates na região da cidade litorânea ucraniana de Shyrokyne nesta quarta-feira, após a Otan pedir que a Rússia implemente integralmente o acordo de cessar-fogo na Ucrânia.

Apesar da trégua acertada em fevereiro, os disparos continuam na região de Shyrokyne, perto da estratégica cidade portuária de Mariupol. O governo de Kiev teme que os separatistas tentem tomar o porto para ajudar a consolidar o controle de distritos do leste ucraniano.

A Rússia nega o fornecimento de armas a soldados em apoio à insurgência no leste da Ucrânia, que já deixou mais de 6.100 pessoas mortas, e acusa o governo ucraniano de violar o cessar-fogo.

Kerry viajou ao resort de Antalya, na Turquia, para relatar aos ministros de Relações Exteriores da aliança Otan sobre a reunião de oito horas na terça-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler Sergei Lavrov.

"Houve uma concordância forte entre todos os membros da Otan de que esse momento é crítico no que se refere à ação da Rússia e de separatistas para fazer valer o acordo de Minsk", disse Kerry, em uma referência ao acordo de cessar-fogo que tem sido desrespeitado regularmente.

EUA e Rússia dizem buscar cooperação para tratar de conflitos

Altos representantes dos Estados Unidos e da Rússia disseram esperar trabalhar juntos em temas espinhosos como os conflitos na Ucrânia e na Síria, mas não deram sinais concretos de progresso após mais de oito horas de conversas nesta terça-feira.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, encontrou-se por mais de quatro horas com o presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro de Relações Exteriores Sergei Lavrov para discutir tópicos como as conversas nucleares com o Irã, assim como os conflitos no Iêmen e na Líbia. 

Falando a repórteres após a reunião, Kerry e Lavrov destacaram pontos positivos, apesar do fato de que as relações entre EUA e Rússia chegaram ao nível mais baixo desde a Guerra Fria por causa da crise na Ucrânia. 

“Temos um entendimento de que precisamos evitar atitudes que podem prejudicar as relações entre Rússia e EUA no longo prazo”, disse o chanceler russo por meio de um intérprete. 

“Não há nada que substitua conversas diretas com os principais tomadores de decisões, particularmente durante um período complexo e acelerado igual a este”, acrescentou Kerry. 

Kerry encontrou-se com Lavrov e Putin no resort de Sochi, no Mar Negro, na visita de mais alto nível para a Rússia de um dignitário norte-americano desde que a crise na Ucrânia começou, no segundo semestre de 2013.

Os laços entre Washington e Moscou se deterioraram desde que a Rússia anexou a seu território a península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, e apoiou milícias separatistas no leste da Ucrânia. 

Moscou acusa Washington de orquestrar a queda de um presidente ucraniano que era apoiado pela Rússia. 

Já os EUA acusam a Rússia de não retirar armamentos pesados como sistemas de defesa aérea, tanques e artilharia do leste ucraniano, o que viola um plano de paz concordado em janeiro – conhecido como Minsk 2. 

A Rússia nega as acusações do Ocidente e da Ucrânia de que esteja armando separatistas que combatem o governo, tampouco que reconhece que fornece ajuda com suas próprias forças militares.  

Mais de 6.000 pessoas foram mortas desde abril de 2014 no conflito da Ucrânia.

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