O papel silecioso da Índia como incubadora de terroristas

Por Marcus Weisgerber– texto do Defense One

Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel

Há seis anos, dez militantes paquistaneses chegaram a Mumbai pelo mar e fizerm cerco à capital financeira indiana, matando 150 pessoas, assustando milhões e adicionando mais um capítulo à história sangrenta de terrorismo na Índia.

Ainda bem, o país não sofreu mais nenhum ataque dessa magnitude desse de 26 de novembro desde 2008 – mas a Índia continua a ser uma das nações mais afligidas pelo terrorismo no mundo.

Em estudo conduzido pelo Institute of Economics and Peace, o país ocupa o sexto lugar no Índice Global de Terrorismo – atrás apenas do Iraque, Afganistão, Paquistão, Nigéria e Síria. O relatório define terrorismo como “ameaça ou uso efetivo de força ilegal e violência por um ator não-estatal para fins políticos, econômicos, religiosos ou sociais através de medo, coerção ou intimidação”.

O índice analisa o impacto direto e indireto do terror em 162 nações, e inclui fatores como vidas perdidas, feridos, danos ao patrimônio e efeitos psicológicos na população.

Por um momento, o número de mortos e feridos diminuiu na Índia em relação ao pico de 2006-2008. Mas a taxa de incidentes voltou a aumentar recentemente. Segundo o documento, “o terrorismo aumentou 70% entre 2012 e 2013, com as mortes subindo de 238 para 404. O número de ataques também cresceu, com 55 incidentes a mais em 2013 do que em 2012”.

Diferente do ataque de 26 de novembro de 2008, e das bombas no metrô de Mumbai em 11 julho de 2006, a maior parte dos incidentes recentes não causaram tantas mortes – 70% dos episódios foram classificados como não letais. Ainda assim, os danos ao patrimônio aumentaram sistematicamente desde 2006.

A maioria dos ataques na Índia em 2013 estavam relacionados a grupos ligados ao Partido Comunista indiano (de orientação maoístas) operando em Bihar, Jharkhand e Chhattisgarh, responsáveis por quase metade das mortes decorrentes de terrorismo no país no ano passado. Isso inclui o ataque a uma caravana do Congresso Nacional no Vale de Darbha, no estado de Chhattisgarhno norte do país em maio de 2013, em que mai de 20 pessoas, incluindo parlamentares, foram mortos a tiros pelos insurgentes.

De acordo com o estudo do Institute of Economics and Peace, “a polícia é de longe o maior alvo dos maoístas, equivalendo a metade dos mortos e feridos. Os incidentes são principalmente ataques armados, que mataram 85 pessoas, e atentados com bombas, causando 43 mortes”.

Nas região instável da Caxemira, uma incubadora já consolidada para o terrorismo e ostesivamente apoiada pelo lado paquistanês da fronteira, a violência também persiste. Três grupos islamitas da área causaram 15% das mortes relacionadas ao terrorismo na Índia em no ano passado. O Hizbul Mujahideen foi a única organização a usar homens-bomba indianos em 2013.

Mas uma porcentagem um pouco maior dos ataques – que ocasionaram 16% das mortes – veio do nordeste da Índia, onde grupos separatistas em Assam, Bodoland, Kamtapur e Meghalaya continuam a travar guerra contra o governo.

Vale lembrar que a Índia ocupou o primeiro lugar no Índice Global de Terrorismo em 2003.

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