Panamax, que reuniu 17 países, chega ao fim

“A melhor coisa deste exercício é que estamos treinando a interoperacionalidade com todas as nossas nações parceiras", disse o General-de-Brigada Joseph P. DiSalvo, comandante geral do Exército Sul dos EUA, em uma entrevista ao site arsouth.army.mil, publicada no dia 15 de agosto.

Ele se referia ao PANAMAX 2014, um exercício multinacional patrocinado pelo Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM), criado para garantir a defesa do Canal do Panamá.

“Esse tipo de exercício já é difícil quando se lida apenas com as forças do Exército dos EUA, mas quando inclui 16 outras nações, as coisas ficam um pouco diferentes, e compreender como cada uma delas age passa a ser um desafio”, acrescentou o Gen DiSalvo.

Mais de 500 militares e civis de 16 nações parceiras se reuniram entre os dias 8 e 14 de agosto em San Antonio, Texas, além de outros locais em Mayport e Miami (Flórida), Mississippi e no Mar do Caribe, e se juntaram aos Estados Unidos durante o exercício de sete dias de duração, fazendo simulações para comandar e controlar as forças multinacionais marítimas, aéreas, terrestres e cibernéticas, defendendo as vias aquáticas e as áreas adjacentes, que são vitais, contra as ameaças do extremismo violento, dos desastres naturais e dos surtos pandêmicos. Este foi um esforço para proteger uma das mais importantes estruturas econômicas mundiais, localizada a quase 4.200 quilômetros de distância.

Além dos Estados Unidos, as nações participantes deste ano incluíram Brasil, Belize, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, França, Guatemala, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai e Peru.

O exercício sobretudo simulado deste ano contou com o uso de um avião B-52 para apoiar a detecção e o monitoramento marítimo, a primeira vez em que um recurso real militar foi utilizado nos exercícios nos últimos três anos.

O voo de 15 horas e meia do B-52, que começou na Base da Força Aérea de Ellsworth, Dakota do Sul, e terminou na Base da Força Aérea de Barksdale, foi pilotado pelo 96º Esquadrão de Bombas, e os sete tripulantes treinaram, durante o exercício deste ano, fornecimento de inteligência, vigilância e reconhecimento em apoio às forças que defendem o Canal do Panamá das inúmeras ameaças.

Para as tripulações aéreas, ser capaz de trabalhar em situações desconhecidas, fornecer capacitação em inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) e testar seu potencial de comando e controle aéreos durante o PANAMAX foi inestimável. A capacidade de atuar apoiando as operações combinadas com o SOUTHCOM e as nações parceiras trouxe benefícios às tripulações de todos os países participantes do exercício.

“[O PANAMAX] permitiu que os tripulantes que não haviam atuado [nesta] área de operação adquirissem valiosa experiência e a compartilhassem com a comunidade de B-52s. Acredito que isto tenha feito com que o SOUTHCOM se conscientizasse de nosso potencial e soubesse que pode solicitar os B-52s sempre que necessário”, disse o Capitão Johathan Morse, um dos dois comandantes da aeronave na missão.

O parceiro de Morse no comando da aeronave durante a missão, o Capitão Michael Marchand, concordou que o treinamento foi útil. “Ir ao sul, trabalhar com nossos parceiros e ajudar a criar um alcance global de nossa plataforma é uma experiência maravilhosa”, disse ele. “É muito bom trabalhar em um ambiente desconhecido de operações, aumentar nossa capacidade e ser capaz de passar isto adiante”.

“Contar com a presença de um bombardeiro norte-americano e a participação em inúmeros exercícios multinacionais e conjuntos também demonstram o compromisso dos EUA e sua capacidade de contribuir com a segurança em casa e no exterior”, disse o Brigadeiro Scott Vander Hamm, comandante da 8ª Força Aérea (Força Aérea Estratégica), localizada na Base da Força Aérea em Barksdale, e do Comando Componente Funcional Conjunto para Ataque Global, Comando Estratégico dos EUA, localizado em Offutt, Base da Força Aérea, em Nebraska.

O PANAMAX evoluiu ao longo dos anos e agora inclui treinamento contra muitas ameaças do século XXI existentes nos atuais ambientes terrestre, marítimo, aéreo e cibernético. Esse exercício militar foi projetado para executar operações de estabilidade com o suporte de uma Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Ele fornece treinamento de interoperacionalidade às equipes multinacionais participantes e torna as nações presentes capazes de planejar e executar complexas operações multinacionais, além de desenvolver e manter os vínculos de amizade aumentando, ao mesmo tempo, a cooperação amigável e a compreensão entre as forças participantes.

O Canal do Panamá é considerado uma das peças mais estratégicas e economicamente cruciais da infraestrutura mundial. Seis por cento do comércio global passa por esse canal anualmente, representando cerca de 400 milhões de toneladas de mercadorias.

O canal tornou-se uma passagem importante para o livre fluxo comercial mundial, e a estabilidade econômica da região é em grande parte vinculada a ele e ao transporte seguro de muitos milhões de toneladas de carga através do canal todos os anos.

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