MH17 – Rússia: OTAN manipula a opinião pública com acusações infundadas

A OTAN tenta pressionar os investigadores que estudam as causas da catástrofe do Boeing da Malaysia Airlines na Ucrânia. O secretário-geral da aliança, Anders Fogh Rasmussen, declarou dispor de dados numerosos que provam a culpa dos rebeldes ucranianos por esta tragédia, mas não quis apresentar as provas.

“Sei, mas não vou dizer” – a esta afirmação infantil pode ser reduzida a declaração do secretário-geral da OTAN sobre a queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines na Ucrânia. Em entrevista à edição francesa Midi Livre, Anders Fogh Rasmussen afirmou conhecer tudo sobre a queda da aeronave: são culpados os rebeldes apoiados pela Rússia, ele tem os dados mais fidedignos e numerosas provas sobre a tragédia, mas renunciou a revelar de que dados se trata, quem os forneceu e o que eles provam. Rasmussen propôs esperar o fim da investigação.

Mas a OTAN não concedeu também seus dados a investigadores internacionais. A aliança, como fez lembrar o secretário-geral desse bloco político-militar, não participa da investigação da catástrofe do Boeing e, por isso, ele, Rasmussen, não tem competências de responder a quaisquer perguntas.

Mas por que razão o conhecido político deve fazer tais declarações ocas e contraditórias sobre uma questão tão séria e trágica? Com certeza, porque pessoas ingênuas podem perder facilmente o fio das palavras e formar involuntariamente uma cadeia lógica: Boeing-rebeldes-Rússia.

Deste modo está sendo tratada a opinião pública e até influenciada a comissão de peritos internacionais, considera o diretor-geral do Centro de Informação Política, Alexei Mukhin:

“Declarações gratuitas do Departamento de Estado e da OTAN são importantes para sua campanha de instigação do delírio emocional. Nesta situação é fácil manipular dados e, sem apresentar provas, manter tenso o público e convencê-lo de qualquer coisa. Aposta-se na probabilidade de que, no momento de a comissão tirar conclusões objetivas, Kiev e Washington já vão obter todas as vantagens práticas da difamação da Rússia. Muitas pessoas não se acostumaram a ponderar a informação recebida, reagindo apenas a frases feitas. Mas quaisquer estudos lógicos e mesmo uma análise superficial reduzem a nada as chamadas “provas”.

Hoje, a OTAN, EUA e Kiev aplicam o mesmo cenário, declarando que os rebeldes da região de Donetsk teriam abatido a aeronave, sem apresentar contudo quaisquer provas. Além disso, Kiev e Washington culparam os rebeldes imediatamente após o Boeing ter desaparecido dos ecrãs dos radares. Posteriormente, durante duas semanas consecutivas, Kiev não deixava que os peritos internacionais chegassem ao local da tragédia, submetendo a fogo intenso o território adjacente, apesar da exigência da resolução do Conselho de Segurança de suspender ações militares na região.

Passados quatro dias após a catástrofe, o Ministério da Defesa da Rússia divulgou dados do controle objetivo da situação existente na região de Donetsk na véspera da queda da aeronave. Foi fixada uma atividade elevada dos radares ucranianos no dia da tragédia, bem como a presença de um sistema de mísseis Buk não longe do território controlado por rebeldes e de um avião militar ucraniano que se aproximou da aeronave pouco tempo antes da tragédia.

Com base desses dados, a Rússia formulou uma série de perguntas à Ucrânia. Passadas quase duas semanas, Kiev apresentou como resposta apenas fotografias do terreno, tiradas a partir de satélites. Mas as datas das fotos não coincidem com o dia da tragédia. As próprias fotografias são de baixa qualidade, o que não permite decifrá-las claramente. Por outras palavras, estas fotos, em vez de respostas, aumentaram apenas o número de perguntas.

Mas, ao que tudo indica, isto é tudo o que no momento atual Kiev e seus protetores ocidentais possuem. Em opinião de peritos, se Washington, Bruxelas e Kiev tivessem algo para apresentar, eles já o teriam feito.

Leia também:  Rússia desmente veracidade de imagens da zona de queda do Boeing apresentadas por Kiev (Link)

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