Obama anuncia US$ 1 bi em reforço militar no leste europeu

O presidente Barack Obama anunciou um plano de US$ 1 bilhão para ampliar a presença militar dos Estados Unidos na Europa. A declaração foi feita na Polônia, onde Obama irá se reunir com líderes da OTAN (Aliança Militar do Ocidente) para discutir a crise na Ucrânia.

Em coletiva, o presidente ainda advertiu a Rússia quanto às tensões na Ucrânia e reforçou sua preocupação com os aliados americanos no continente. Em abril deste ano, com o aumento da tensão com o Rússia, os Estados Unidos chegaram a enviar 150 soldados para a Polônia.

Obama ainda irá para Bélgica e França, enquanto ministros de Defesa dos países da Otan se reúnem em Bruxelas para discutir um plano de segurança de longo prazo, em resposta às ações russas na Ucrânia.

Segundo Jonathan Marcus, analista de assuntos diplomáticos da BBC, o investimento financeiro apresentado por Obama não é grande, mas indica o caminho que a Otan deve seguir em resposta às ações da Rússia na Ucrânia. Marcus aponta que a ameaça russa preocupa os aliados da Otan e que os Estados Unidos estão dispostos a investir em reforço militar.

"Nosso compromisso com a segurança da Polônia, bem como a segurança de nossos aliados na Europa central e oriental, é fundamental para a nossa própria segurança", afirmou Obama após uma visita a uma equipe de pilotos mista formada por americanos e poloneses.

Obama pediu que a Rússia use sua influência para acabar com os ataques dos separatistas pró-Rússia a prédios públicos no leste da Ucrânia e reafirmou o compromisso americano com o princípio de defesa coletiva da Otan. A Rússia nega que esteja apoiando as forças separatistas do leste da Ucrânia.

O programa que vai financiar a ampliação da presença militar dos Estados Unidos na Europa ainda precisa de aprovação do Congresso americano. Os Estados Unidos também pretendem "intensificar sua parceria" com a Ucrânia e a Moldávia, afirmou Obama.

Investimento dos países aliados

O presidente da Polônia, Bronis?aw Komorowski, disse que o país irá aumentar seu orçamento militar em 2% do seu PIB (Produto Interno Bruto), atitude que Obama saudou como "um lembrete de que cada país aliado (da OTAN) precisa fazer a sua parte".

Em comunicado, a Casa Branca disse que a iniciativa de ampliar a presença militar na Europa não será feita "à custa de outras prioridades de defesa, como nosso compromisso com o reequilíbrio da Ásia-Pacífico".

Segundo o correspondente da BBC em Varsóvia, Adam Easton, a ênfase de Obama nas relações com as nações asiáticas deixou alguns líderes do leste europeu se sentindo abandonados nos últimos anos e a crise na Ucrânia foi fortemente sentida em uma região que sofreu décadas de dominação russa.

Na Bélgica, Obama deverá pedir na reunião do G7 que os líderes ocidentais reafirmem uma posição conjunta sobre a Ucrânia. A cúpula seria realizada originalmente na Rússia, mas os países ocidentais decidiram mudar o local após a anexação da península da Crimeia pela Rússia, em março.

Na França, Obama irá participar de cerimônias para comemorar o 70º aniversário do Dia D na Batalha da Normandia. O presidente Vladimir Putin também está convidado, mas a Casa Branca já deixou claro que os líderes americanos e russos não irão manter conversações bilaterais formais.

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