Bolívia multará quem descumprir feriado da etnia aimará

O Ministério do Trabalho da Bolívia anunciou nesta terça-feira que multará quem não respeitar o feriado adotado pelo presidente Evo Morales para celebrar o dia 21 de junho como Ano Novo aimará, etnia do líder e uma das 36 reconhecidas pela Constituição. O ministro do Trabalho, Daniel Santalla, informou que empregadores e empresas serão comunicados na próxima semana para respeitar o 21 de junho, chamado oficialmente de Ano Novo Andino Amazônico, mas realizado principalmente entre os aimarás.

Santalla ameaçou punir com multas aqueles que não respeitem o feriado e direcionou sua advertência principalmente ao leste do país, onde estão cidades como Santa Cruz e Trinidad com líderes opositores a Morales e povos com costumes diferentes dos aimarás, que não são a etnia majoritária da Bolívia. "Nessa parte oriental houve resistência, como se o feriado valesse apenas para a região andina. É para todo o Estado boliviano e eles têm a obrigação de cumprir a norma vigente", insistiu o ministro.

Os aimarás celebrarão o dia 21 de junho na antiga cidadela de Tiahuanaco, a 70 km de La Paz e cerca de 4 mil metros acima do nível do mar. Os integrantes da etnia calculam que a cultura andina completa 5.519 anos, número que justificam pelos redondos 5 mil anos de antiguidade que atribuem a Tiahuanaco somados aos 519 transcorridos a partir de 1492, quando os espanhóis chegaram a América.

Essa festa é questionada por arqueólogos e antropólogos estudiosos de Tiahuanaco que sustentam que a época aldeã dessa civilização pode remontar no máximo 1,2 mil antes de Cristo e seu apogeu ao ano 700 de nossa era.

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