Dominó Árabe – Oposição diz que ataque com armas químicas matou 650 na Síria

Um ataque com armas químicas nesta quarta-feira matou centenas de pessoas próximo à Damasco, a capital da Síria, segundo ativistas de oposição.

A principal aliança de oposição na Síria afirma que mais de 650 pessoas foram mortas. Os dados não puderam ser confirmados de forma independente.

Eles dizem que foguetes com componentes tóxicos foram lançados contra o subúrbio de Ghouta, em um ataque de forças do governo contra rebeldes. Afirmam ainda que há mortos também nas regiões de Irbin, Duma e Muadhamiya.

A agência estatal Sana nega a informação, e diz que a notícia tem como objetivo distrair a atenção de inspetores de armas da ONU.

Caso confirmado, o número de mortos é muito superior a outros supostos ataques do tipo.

O diretor da comissão da ONU de inspeções de armas químicas, Ake Sellstrom, disse que viu vídeos dos supostos ataques.

"Parece-me que é algo que precisamos investigar", disse ele à agência sueca de notícias TT. Essa decisão, no entanto, precisaria ser tomada pelo secretário-geral da ONU a pedido de algum país.

Pressão

O presidente francês, François Hollande, e o ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, pediram que os inspetores da ONU tenham acesso à área do suposto ataque.

Eles também prometeram levantar o debate dentro da ONU. A Liga Árabe também pediu que os inspetores tenham acesso à região.

Imagens colocadas no YouTube mostram muitas pessoas sendo atendidas em hospitais e lugares improvisados, mas a autenticidade dos vídeos não pôde ser confirmada.

Os inspetores estão na Síria desde domingo. Eles foram investigar três outros lugares onde supostos ataques químicos foram perpetrados em março. Em um deles, na cidade de Khan al-Assal, 26 pessoas teriam morrido.

O editor da BBC para o Oriente Médio, Jeremy Bowen, disse que muitos se questionam por que o governo da Síria atacaria com armas químicas os rebeldes em um momento em que inspetores da ONU estão no país.

Mas Bowen diz que as imagens que estão saindo da Síria nesta quarta-feira são tão chocantes que dificilmente poderiam ser fabricadas.

O ex-comandante de um órgão de armas químicas e biológicas do Exército britânico, Hamish de Bretton-Gordon, também disse que é muito difícil fabricar imagens como as que estão sendo divulgadas agora.

Ele disse que os inspetores sírios possuem equipamentos suficientes para identificar que tipo de armamento teria sido usado no suposto ataque.

Em julho de 2012, o governo sírio deu indícios de que possui um estoque de armas químicas, que incluiria gás mostarda e sarin. O governo de Damasco disse que as armas nunca seriam usadas dentro do país.

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