ONU ameaça usar a força pela primeira vez contra rebeldes na RD Congo

As Nações Unidas deram nesta terça-feira 48 horas aos rebeldes do M23, que atuam nos arredores da cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo, para que deponham as armas, ameaçando "usar a força".

Uma nova brigada de intervenção da ONU será utilizada pela primeira vez para ajudar o Exército da RDC a instaurar uma "zona de segurança" na cidade, novamente ameaçada pelo M23 nas últimas semanas, segundo um comunicado da força da ONU na RDC, a Monusco, liderada pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.

No final de março, o Conselho de Segurança da ONU criou uma brigada de intervenção de mandato ofensivo. Esta brigada – que conta com dois terços do número de homens previsto – deve chegar a ter 3.069 soldados para combater os grupos armados do leste da República Democrática do Congo, principalmente o M23.

Segundo o comunicado, a força da ONU deu aos rebeldes do M23 até a quinta-feira às 16h00 (17h00 de Brasília) para "deixarem suas armas na base da Monusco" e aderirem a um programa de desmobilização.

Caso não respeitem o prazo, "eles serão considerados uma ameaça para os civis, e a Monusco tomará todas as medidas necessárias para desarmá-los, incluindo o uso da força, respeitando o seu mandato e as regras que regem sua ação", indica o texto.

O M23 lançou uma nova ofensiva contra o Exército da RD Congo nas imediações da capital provincial, no dia 14 de julho. O movimento rebelde opera desde maio de 2012 em Kivu do Norte, província instável localizada nas fronteiras com Ruanda e Uganda.

Após uma ofensiva-relâmpago no final de 2012, ela tomou Goma no fim de novembro. Os rebeldes se retiraram da região sob pressão internacional. Um diálogo com Kinshasa começou no início de dezembro em Kampala, capital de Uganda, mas não houve avanços.

A Monusco lembra que mais de um milhão de civis vivem na região entre Goma e Sake.

Segundo especialistas da ONU, Ruanda fornece tropas e uma ajuda militar ao M23. O governo da RDC também denunciou essa interferência, mas Kigali nega qualquer ajuda.

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