EUA punem petroleira da Venezuela por negócios com Irã

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira a aplicação de sanções contra a estatal petroleira venezuelana PDVSA por manter negócios com o setor energético do Irã, o que violaria proibições impostas por Washington.

De acordo com o subsecretário de Estado dos EUA, James Steinberg, será impedido o acesso da PDVSA a contratos com o governo americano e a financiamentos para importações e exportações.

As sanções, que se estenderão por dois anos, no entanto, não afetam o abastecimento de petróleo da PDVSA para os Estados Unidos, principal comprador do petróleo venezuelano. Caracas, por enquanto, não comentou as sanções do Departamento de Estado.

Além da PDVSA também foram punidas outras seis empresas de Emirados Árabes, Israel e Mônaco.

'Mensagem'

O subsecretário de Estado norte-americano disse que as sanções buscam limitar o abastecimento de combustível para o Irã e ao mesmo tempo "enviar uma mensagem" para as demais empresas sobre os "riscos" de manter negócios com o governo iraniano.

"Aqueles que irresponsavelmente continuarem apoiando o setor energético do Irã ou facilitarem os esforços iranianos para evadir as sanções dos Estados Unidos enfrentarão consequências significativas", afirmou Steinberg, em entrevista coletiva, em Washington.

O subsecretário disse que as empresas punidas estiveram envolvidas com a venda de derivados de petróleo ao Irã. As sanções não se estendem aos países de origem dessas empresas.

A advogada norte-americana Eva Golinger, especialista nas relações entre Caracas e Washington, interpreta que os Estados Unidos podem ir além da "advertência" contra a PDVSA. "Se a PDVSA não cumpre com as restrições, Washington pode tomar ações mais agressivas, como o confisco de bens (da PDVSA) nos Estados Unidos", afirmou Golinger à BBC Brasil.

A lei americana com a qual Washington orienta suas sanções proíbe que governos, empresas e pessoas invistam no setor energético iraniano ou exportem ao país petróleo refinado, incluindo gasolina e derivados.

De acordo com os Estados Unidos, essas medidas visam impedir o "desenvolvimento do programa nuclear" do Irã.

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