Fundado na então Capitania de Mato Grosso para defesa da fronteira oeste, Forte de Coimbra faz 243 anos

O Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Forte de Coimbra realizou, de 11 a 13 de setembro, as comemorações alusivas ao seu 243º aniversário de criação. Dentre as atividades desenvolvidas nesse período, descacam-se as de cunho desportivo entre os militares, como futebol de campo, revezamento com fuzil e atletismo.

Para encerrar as celebração, foi realizada uma formatura militar, durante a qual foi destacado o espirito de comprimento de missão dos integrantes do PEF, o empenho e a força de vontade desses militares do pelotão, que se assemelham aos grandes feitos dos seus antepassados.

Conheça o Forte

O Forte foi fundado em 13 de setembro de 1775 pelo Capitão Mathias Ribeiro da Costa, que havia sido incumbido pelo Governador da Capitania de Mato Grosso, Luis de Albuquerque Pereira de Mello e Cáceres, da missão de instalar uma fortificação no curso médio do Rio Paraguai. Tal instalação objetivava garantir à Coroa Portuguesa a posse das terras a oeste do rio.

Ao longo de sua história, o Forte de Coimbra foi alvo de dois ataques estrangeiros. O primeiro, em 1801, ocorreu sob o comando do Tenente-Coronel Ricardo Franco de Almeida Serra. Naquela oportunidade, o Forte estava sendo reerguido em alvenaria e pedra, uma vez que a instalação original era uma paliçada de carandá (palmeira típica da região).

O invasor contava com 800 homens, sob o comando de D. Lázaro de Ribera, então Governador de Assunção, enquanto que o Forte contava com 109 homens. Apesar da superioridade bélica da força inimiga ser incontestável, a tropa resistiu ao cerco por dez dias e, em seguida, rechaçou o inimigo. O feito daqueles homens ecoou pela Capitania, movimentando as demais guarnições para a defesa da fronteira oeste.

Em 27 de dezembro de 1864, no contexto da Guerra da Tríplice Aliança, o Forte de Coimbra sofreu o segundo ataque. Dessa vez, a força invasora somava 3.200 homens, armados com canhões e protegidos por dez embarcações de guerra. Naquele momento, o Tenente-Coronel Hermenegildo Portocarrero, que se encontrava em visita de inspeção à Praça de Coimbra, assumiu heroicamente o comando dos 149 homens existentes na guarnição e organizou a defesa da posição.

Após dois dias de combate, impossibilitado de receber novo suprimento e de ser reforçado, o Tenente-Coronel Portocarrero ordenou a retirada para Corumbá, a fim de evitar o sacrifício de vidas humanas e dar o alerta oportuno àquela guarnição, que seria o próximo objetivo paraguaio.

Destaca-se o significado histórico e religioso da padroeira do Forte, Nossa Senhora do Carmo, que exerceu papel encorajador e aglutinador nos dois combates, creditando-se a ela o milagre de ter salvado as guarnições do Forte.

Com o fim da Guerra da Tríplice Aliança, em 1870, o Forte de Coimbra foi reocupado e reconstruído. No ano de 1907, foi iniciada a construção das atuais instalações do aquartelamento e, a partir de 1908, o Forte foi desocupado. Em 1950, a guarnição ganhou a denominação de 1ª Bateria do 6º Grupo de Artilharia de Costa e Forte Coimbra.

A tropa de artilharia permaneceu em Coimbra até 1992, quando a organização militar passou a ser mobiliada por infantes da 3ª Companhia do 17º Batalhão de Fronteira. Dois anos mais tarde, após ganhar a autonomia administrativa, a organização militar passou a ser designada 3ª Companhia de Fronteira e Forte Coimbra, subordinada diretamente à 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, sediada em Corumbá. Em 2002, a subunidade recebeu a denominação histórica de Companhia Portocarrero.

Em abril de 2017, a 3ª Companhia de Fronteira de Forte de Coimbra foi desativada, tornando-se um Pelotão Especial de Fronteira (PEF) subordinado ao 17º Batalhão de Fronteira, composto atualmente pelo menor efetivo da sua história.

Fotos: 17º Batalhão de Fronteira / EB

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