Defesa – A marcha para o oeste

Impressionante a lucidez com que o general Villas Bôas aborda o papel das Forças Armadas na região de fronteira. Essa nova face militar, mais aberta e entrosada com o mundo civil, é a tônica nos quartéis — felizmente.

Em 2011, mais de 500 militares e estrategistas civis brasileiros se reuniram várias vezes para traçar o Livro Branco da Defesa Nacional, um compêndio destinado a radiografar as forças brasileiras e explicitar quais são os seus planos.

Dos encontros, realizados em diversas capitais, saíram algumas diretrizes para o século 21. A decisão estava tomada: rumo ao oeste, guarnecer fronteiras. Veja as que dizem respeito à Amazônia:

1 – Incorporação de 59 mil militares, que se somariam aos 210 mil existentes. Os primeiros 8,3 mil soldados seriam incorporados em até quatro anos. A prioridade em contingente seria a Amazônia.

2 – Criação de 28 novos postos de fronteira na região amazônica, cada um deles com 50 integrantes, para se somar aos 21 pelotões existentes. Isso já está em andamento. Criação de uma brigada do Exército em Manaus (AM).

Aumento do efetivo na Amazônia, passando de 25 mil para 49 mil militares.

Pois tudo está em andamento, inclusive na Amazônia. O general Villas Bôas diz que já estão lá 30 mil militares e acredita que chegarão a 40 mil, em 15 anos.

A Marinha criou flotilhas de patrulhamento de rios. A FAB transferiu helicópteros para a região e montou o Batalhão Pantera. Manaus ganhou base de caças e de helicópteros, incluindo os modernos Blackhawk.

Quando jovem, me apresentei para o serviço militar em Cruz Alta. Lá ficava o 17º Batalhão de Infantaria. Pois hoje essa prestigiada unidade fica em Tefé (AM). É a marcha para o oeste, desde os anos 80.

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