Ato marca mudança de subordinação de bases aéreas e cria nova unidade de aquisições

Tenente Gabrielli / Major Alle


Nesta terça-feira (16/01), o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, assinou duas importantes portarias ligadas ao processo de reestruturação administrativa e operacional por que passa a Força Aérea Brasileira.

As bases aéreas, que não possuem esquadrões de voo, terão novas estruturas de subordinação – cinco delas passarão à Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA) e uma – a de São Paulo – passará ao Comando-Geral de Apoio (COMGAP).

Deixam de pertencer ao Comando de Preparo (COMPREP) as bases aéreas de Fortaleza (BAFZ), Salvador (BASV), Afonsos (BAAF), Santos (BAST) e Florianópolis (BAFL) e passam à subordinação da SEFA – mais especificamente ao Centro de Apoio Administrativo da Aeronáutica (CEAP), que já possui sob sua responsabilidade os Grupamentos de Apoio (GAPs) e as Prefeituras de Aeronáutica. Esses locais funcionarão como bases de desdobramento, ou seja, à disposição para receber exercícios, operações ou funcionar como ponto de apoio às aeronaves em trânsito.

Outro assunto, tratado em portaria assinada hoje, diz respeito à criação de uma nova unidade administrativa – o Grupamento de Aquisições Específicas (GAE).

O seu objetivo será o desenvolvimento de um padrão único de aquisições em quatro áreas: logística, saúde, abastecimento e controle do espaço aéreo, congregando a expertise dos já existentes Grupamento de Apoio da Saúde (GAPS), Grupamento de Apoio às Unidades do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (GAPCEA) e Grupamento de Apoio Logístico (GAL). É o que explica o Brigadeiro do Ar Luiz Ricardo de Souza Nascimento – nomeado presidente da Comissão de Implantação da nova organização.

“O desafio é colocar um padrão único nas aquisições, com base nas leis nacionais, mas principalmente dar mais eficiência no trato da gestão pública, colocando mais transparência, agregando novos procedimentos”, disse o Brigadeiro Luiz Ricardo.

O Comandante da Aeronáutica destaca a importância das mudanças na estrutura da Força. “O evento de hoje marca mais um passo em direção a um futuro mais eficiente e operacional”, afirma.

Em processo de Reestruturação, FAB se despede do Esquadrão Carajá¹

Por mais de 48 anos, o 4º Esquadrão de Transporte Aéreo (ETA), também denominado Esquadrão Carajá, levou integração aos mais distantes rincões do Brasil, graças ao trabalho de seu efetivo. No dia 10/01, aconteceu a cerimônia de desativação da unidade, realizada dentro do antigo hangar do 4º ETA, na Ala 13, em Guarulhos (SP).

A solenidade foi presidida pelo Chefe do Estado-Maior do Comando-Geral de Apoio (COMGAP), Major-Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso. Desde sua criação, em 12 de maio de 1969, o Esquadrão Carajá lançou, supriu e resgatou, voando mais de 135 mil horas em prol da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Brasil. Foi um dos esquadrões precursores na operação de pouso e decolagem em rodopistas.

Por três vezes, ergueu a taça de campeão da Reunião da Aviação de Transporte (RAT), sendo o único ETA a ter alcançado essa expressiva marca. Nos últimos anos, contribuiu com a Central Nacional de Transplantes (CNT), tendo realizado, ao longo de 2017, o transporte de 66 órgãos vitais.

Ao longo de sua história, todas as aeronaves retornaram para casa, sem registro de fatalidades em acidentes. Tal fato rendeu o prêmio Flight Safety, da United States Air Force (USAF), em 2001, e o prêmio da Seguridad de Vuelo Fuerza Aerea de Chile, em 2002.

Durante a cerimônia de desativação, foram homenageados os militares com mais de 20 e 30 anos de serviço no esquadrão. O Sargento Jorge Luis Nunes da Silva, que chegou no 4º ETA em 1979, relatou a emoção do momento. “O que fica após esses 38 anos de serviço é o sentimento de gratidão, por ter trabalhado com uma equipe excelente e, principalmente, porque isso aqui foi minha vida.

Eu comecei a minha vida aqui, estruturei minha família, criei meus filhos, então, isso aqui foi tudo pra mim. O que vou guardar são as boas lembranças, os amigos que fiz e, com certeza, sempre vou lembrar das três vezes que o Esquadrão foi campeão da RAT. Eu estava aqui, trabalhei na preparação das aeronaves, essa foi a experiência mais marcante para mim”, disse o Sargento Jorge. Durante a formatura militar, foi entoada, pela última vez, a Canção do Esquadrão Carajá.

O Comandante do 4° ETA, Tenente-Coronel Aviador Rodrigo Santos de Faria, dedicou o sucesso do esquadrão aos integrantes do presente e do passado. “Os títulos do passado são um mero rótulo, que indicam muito menos do que o Esquadrão Aéreo foi de fato.

Neste momento, gostaria de agradecer aos Carajás de ontem e de hoje, presentes ou não nesta cerimônia. Levem a certeza de que todo o esforço do passado propiciou uma base sólida e nos legou uma belíssima cultura organizacional de segurança e operacionalidade. Levem consigo a certeza do dever cumprido”, enalteceu.

Ao final da cerimônia, os ex-integrantes foram convidados a incorporarem à última tropa do 4º ETA e bradar o seu último grito de guerra. O segundo Carajá mais antigo presente, Brigadeiro do Ar Saulo Valadares do Amaral, assumiu o comando da tropa e a apresentou ao Major-Brigadeiro Crepaldi para o encerramento da cerimônia militar, concluindo o ciclo de operação do Esquadrão Carajá na Força Aérea Brasileira.

¹com 4º ETA (Ala 13), por Tenente Lucas Rocha / Tenente Felipe Bueno – Major Alle

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