Bélgica e Luxemburgo revivem a Batalha das Ardenas

O chefe do Pentágono, os presidentes alemão e polonês, bem como delegações dos países beligerantes recordaram nesta segunda-feira os 75 anos da Batalha das Ardenas, que fez milhares de mortos. Essa batalha foi a última ofensiva alemã da Segunda Guerra Mundial, lançada de surpresa em 16 de dezembro de 1944.

A Bélgica havia sido libertada três meses antes e a frente estava estabilizada na fronteira alemã. Ninguém esperava o cerco que as tropas da Wehrmacht imporiam aos soldados americanos da 101ª divisão aerotransportada em Bastogne (sul da Bélgica).

Os terríveis combates, que se espalharam por toda a região em meio a um frio polar, duraram seis semanas até a vitória dos Aliados no final de janeiro de 1945. Nesta segunda-feira, para o 75º aniversário da ofensiva, o memorial de Mardasson, erguido em uma colina em Bastogne em homenagem aos soldados americanos mortos, receberá uma cerimônia oficial, o culminar de um fim de semana inteiro de comemorações nesta cidade.

São esperados, a convite do rei dos belgas Philippe e da primeira-ministra Sophie Wilmès, o secretário da Defesa americano Mark Esper, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier e seu colega polonês Andrzej Duda.

Grande momento pessoal

Canadá, Reino Unido, Holanda e Luxemburgo também serão representados, assim como a França, por seu ministro das Relações Exteriores Jean-Yves Le Drian.

Um veterano americano de 96 anos fará um discurso.

"Esta é provavelmente a última vez que veremos veteranos dessa batalha durante uma grande comemoração", apontou Mark Esper a jornalistas no avião que o levou à Bélgica.

O próprio chefe do Pentágono serviu na 101ª Divisão Aerotransportada durante a Primeira Guerra do Golfo (1990-91), e vê essa viagem a Bastogne como um grande momento "profissional e pessoal".

O cortejo oficial seguirá para Luxemburgo, onde uma segunda reunião está marcada para 15h30 no cemitério militar de Hamm, onde George S. Patton repousa com cerca de 5.000 soldados americanos.

Falecido em dezembro de 1945 após um acidente na Alemanha, o general insistiu em ser enterrado em Hamm com seus homens.

George Patton é um herói das Ardenas, lembra Mathieu Billa, diretor do Museu da Guerra de Bastogne.

O general americano, contou à AFP o graduado em história, correu do leste da França com seus homens da 3ª armada para ajudar seus compatriotas presos em Bastogne pelo inimigo. O objetivo alemão era reconquistar o porto de Antuérpia.

E Patton, na época com 59 anos, alcançou a glória quando conseguiu "cortar o cerco" aos soldados americanos.

Alguns dias antes, o general americano Anthony McAuliffe havia refutado a exigência de capitulação feita pelo exército de Adolf Hittler com uma expressão, "Nuts!" ("Loucos"), que se tornou lendária em Bastogne.

No domingo, convidados ilustres como Nancy Pelosi, líder dos democratas no Congresso dos Estados Unidos e principal oponente do presidente Donald Trump, liderou uma delegação de parlamentares democratas e republicanos.

Pelosi foi recebida no Luxemburgo pelo primeiro-ministro do Grão-Ducado Xavier Bettel, que prestou homenagem aos "sacrifícios que o povo americano fez" para libertar seu país há 75 anos.

O líder liberal também aproveitou a oportunidade para elogiar a parceria entre a União Europeia e os Estados Unidos e defender "uma abordagem multilateral em que a cooperação prevalece sobre o confronto".

Cerca de 600.000 soldados americanos foram destacados para a Batalha das Ardenas, para mais de 400.000 alemães e 25.000 britânicos, segundo Mathieu Billa.

Além dos 30.000 a 40.000 soldados mortos, os combates também mataram cerca de 3.000 civis, em bombardeios ou massacres cometidos pela Waffen-SS.

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