Produção nacional dos helicópteros EC-725 impulsionará indústria de defesa, diz Amorim

O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou ontem (02) que o início da produção dos helicópteros EC-725 na fábrica da Helibras, em Itajubá (MG), representa um grande impulso para o desenvolvimento da indústria nacional e para absorção de tecnologia por profissionais brasileiros. “Pude observar aqui, com grande satisfação, um compromisso no desenvolvimento da tecnologia brasileira, da nossa capacidade de realizar o projeto e não apenas absorver o que vem de fora”, disse.

Amorim participou pela manhã da inauguração do novo hangar da Helibras, construído na cidade mineira para abrigar a linha de montagem dos novos helicópteros militares. Considerado um dos projetos estratégicos da Defesa Nacional, as condições de aquisição e produção das aeronaves no Brasil foram definidas por meio de contrato assinado em 2008 entre a empresa, subsidiária do grupo franco-alemão-espanhol Eurocopter, e o Ministério da Defesa.

O contrato prevê a produção e a entrega de 50 unidades, que serão distribuídas entre as três Forças Armadas — 16 para cada uma — e a Presidência da República, que receberá duas aeronaves. Quatros helicópteros do total previsto já foram recebidos pela Presidência e pelos comandos militares. Outros três serão entregues até o fim do ano à Marinha, Exército e Aeronáutica.

Cumprindo o estabelecido na Estratégia Nacional de Defesa (END), o contrato para produção dos helicópteros prevê transferência de tecnologia francesa e índice de nacionalização de 50% das aeronaves. “Nós vamos, ao longo do tempo, continuar acompanhando de perto o projeto para ter certeza de que isso (transferência de tecnologia) ocorra”, disse o ministro da Defesa.

Antes de discursar para uma concorrida plateia formada por empresários, trabalhadores, políticos e comandantes militares, Amorim visitou as instalações na Helibras, onde conheceu parte dos 70 engenheiros brasileiros que trabalham na fábrica.

Ele manifestou satisfação em perceber que começa a se concretizar o compromisso firmado pela Eurocopter de realização e desenvolvimento do projeto das aeronaves no Brasil. “Não somente transferindo tecnologia, mas aproveitando a capacidade dos nossos engenheiros de inovarem, de serem donos, efetivamente, dos projetos que serão aqui criados”, disse o ministro.

Transferência de tecnologia

O contrato para fabricação dos 50 helicópteros é da ordem de € 1,9 bilhão, com investimento de R$ 420 milhões realizados na construção do novo hangar e de todas as instalações auxiliares, como um banco de testes, além de treinamento, implantação do simulador de voo, produção de ferramental e contratação das empresas que fornecerão partes, peças e serviços para a nova aeronave, a qual terá 50% de conteúdo nacional, de acordo com o contrato assinado entre o Governo e o consórcio Helibras/ Eurocopter.

Além do crescimento físico, a Helibras informa que vai triplicar o número de empregados por conta deste programa, que capacitará também a empresa para produzir a versão civil deste mesmo novo helicóptero, chamada EC-225 e utilizada em operações offshore (transporte entre o continente e as plataformas de petróleo). De 300 trabalhadores quando da assinatura do contrato, em 2008, a empresa deverá chegar a 1 mil pessoas em 2017, sendo que atualmente já conta com mais de 700 profissionais — a maioria de perfil técnico.

Outro resultado importante que este projeto trará, segundo a Helibras, é a qualificação da empresa para que, dentro de dez anos, esteja capacitada para conceber, projetar e construir totalmente no país um helicóptero, já que todo o know-how que está sendo adquirido transformará a unidade brasileira em um dos pilares globais de produção e comercialização do Grupo Eurocopter.

Participaram da cerimônia de inauguração do novo hangar o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia; o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; o senador Jorge Viana (PT-AC); os comandantes da Marinha, almirante Julio Moura Neto; do Exército, general Enzo Peri; e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi; além do CEO do grupo Eurocopter, Lutz Bertling, e o presidente da Helibras, Eduardo Marson.

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