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A delegação da Rússia na Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) advertiu nesta sexta-feira que "pelo menos 100" variedades de substâncias químicas tóxicas que pertencem ao tipo Novichok foram "desenvolvidas nos países ocidentais".

"A classificação ocidental do tipo 'Novichok' é uma prerrogativa exclusiva dos países ocidentais. A afirmação britânica de que esta toxina tem origem exclusivamente russa carece de fundamento e não corresponde com a realidade", afirmou a delegação russa em comunicado.

Além disso, os diplomatas russos explicaram que, "atendendo ao chamado" da Opaq para colaborar com a investigação do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e de sua filha Yulia na cidade britânica de Salisbury em março, Moscou apresentou um documento para assinalar que o Reino Unido desenvolveu 70 produtos químicos desse composto.

Além disso, a missão detalhou que acrescentou na lista os EUA, com 19 variedades da substância química, e a República Tcheca, com outras 25, entre elas as produzidas em "um laboratório que realiza pesquisas solicitadas" pela Otan.

A delegação indicou que o documento "Novos Tipos de Agentes Neurotóxicos", de 326 páginas, contém material sobre centenas de substâncias químicas tóxicas que pode "ser analisado minuciosamente".

Assim, a delegação russa pediu aos Estados-membros da Opaq que "examinem a análise exaustiva dos documentos" apresentados a fim de "chegarem às conclusões e decisões corretas".

Segundo o governo do Reino Unido, o Novichok é um agente nervoso desenvolvido pela União Soviética nas décadas de 1970 e 1980 que bloqueia em minutos as mensagens enviadas dos nervos aos músculos.

Como represália ao ataque contra o ex-espião, de 67 anos, e sua filha de 33, que Londres acusa a Rússia de responsabilidade, o governo britânico expulsou vários diplomatas russos, enquanto Moscou negou seu envolvimento no caso e fez o mesmo com diplomatas britânicos.