Brigadas Blindadas e Mecanizadas

Com base em texto do Correio Militar do Sul


 
O planejamento no âmbito estratégico-operacional baseiam-se na aplicação de tais meios, uma vez que o maior peso do poder de combate está atrelado à sua constituição. Muitos exércitos do mundo possuem forças blindadas estruturadas em torno de uma Viatura Blindada de Combate (VBC) principal, dotada de tecnologia embarcada de última geração. Os países situados no entorno estratégico do Brasil seguem essa tendência.

No cenário sul-americano pode-se destacar, entre outras VBC:

–  Leopard 2A4, Chile;
–  T55, Peru (em vias de ser modernizado) e adquirido um modelo mais moderno; 
–  T-72, Venezuela, e,
– Tanque Argentino Mediano (TAM), Argentina.

 
As Brigadas Blindadas e Mecanizadas do Exercito Brasileiro estão equipadas com o Leopard 1A5, recentemente adquirido e modernizado na Alemanha, com as versáteis e ainda úteis viaturas EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu e com a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal (VBTP) Guarani, dotado de tecnologia de última geração, desenvolvido e produzido no Brasil em parceria com a IVECO-FIAT.
 
As características dos meios blindados, como o poder de fogo, a flexibilidade de emprego, as comunicações amplas e flexíveis, a mobilidade, a proteção e a ação de choque foram responsáveis por desequilibrar o combate em várias áreas de conflito e levar  à vitoria os países possuidores de forças blindadas definidas, treinadas e adestradas.

Denominam-se forças blindadas aquelas cujas plataformas utilizam viaturas sabre lagartas, enquanto as forças cujos meios operam com viaturas blindadas sabre rodas são denominadas forças mecanizadas. No Brasil, em face das grandes extensões territoriais e de outras complexidades, as forças blindadas operam em estreita cooperação com as forças mecanizadas.

A eficácia no emprego dessas forças se dá pela integração e sincronização de suas ações, uma vez que elas são aptas ao reconhecimento, a segurança e ao combate, no qual a decisão dos conflitos é alcançada.

As forças mecanizadas no Exercito Brasileiro são constituídas pelas Brigadas de Cavalaria e Infantaria Mecanizadas. As Brigadas de Cavalaria Mecanizada são dotadas de meios altamente moveis, com elevada mobilidade tática e capacidade de deslocamento. Esses meios possuem relativa proteção blindada e uma adequada potência de fogo, o que lhes permite executar um rol variado de missões que vão desde as missões de reconhecimento ate as tarefas de combate mais intensas, inclusive executadas no ambiente urbano, como demonstra a tendência atual dos combates.

A Brigada de Infantaria Mecanizada (transformadas da Brigada de Infantaria Motorizada), esta sendo concebida para atuar com a tropa de infantaria embarcada em viaturas blindadas, capaz de realizar um amplo espectro de missões. Equipada com as VBTP Guarani, essa Brigada possui eficiente mobilidade tática, proteção blindada e adequada potência de fogo, o que lhe proporciona ótimas condições para operar em diferentes situações e em quaisquer condições meteorológicas.
 
O notável desenvolvimento das armas anticarro (AC) não arrefeceu a necessidade de emprego das viaturas blindadas. Embora em diversos debates tenha-se falado muito que o emprego de blindados havia chegado ao fim, que as VBC atingiram a obsolescência a partir do incremento da produção em massa de armas AC inteligentes e teleguiadas, os chamados mísseis anticarro (AC), precisos e de grande alcance, as VBC e as VBTP continuaram sendo utilizadas em praticamente todos os grandes exércitos do mundo.

A assertiva sobre a obsolescência dos blindados caiu por terra, pela necessidade de emprego desses meios, particularmente pela redução das distancias de engajamento com o combate habitando as cidades, cenários dos conflitos modernos. Mesmo sendo um alvo mais fácil, o blindado evidencia sua importância pelas características que lhe são peculiares e pela proteção que oferece às tropas, exemplo de ação em  Mogadiscio(*) condena o uso de forças leves sem o suporte e o apoio de meios mais pesados.

Esse paradoxo faz parte da historia recente, convivendo, orientado e induzindo novas formas de emprego. Inicialmente, as VBC foram concebidas para engajar o inimigo a grandes distâncias, cobrir e vencer, pela impulsão e pela mobilidade, largas faixas do terreno. Hoje, consoante com os novos cenários, as VBC, mesmo interiorizadas em áreas urbanizadas, são cada vez mais essenciais, fornecendo as tropas o que sempre forneceram: proteção blindada, potência de fogo, mobilidade segura e capacidade de choque.

Assim, a utilização dos blindados foi sofrendo modificações ao longo do tempo. Devido a imposições, em especial tecnológicas, o carro de combate o blindado, foi reinventando seu emprego, ajustando sua forma de atuação, fazendo com que às técnicas e táticas que determinam sua ação em combate fossem gradativamente aperfeiçoadas, de modo a favorecer seus pontos fortes e a neutralizar suas fragilidades, expostas mais ainda pelo avanço da tecnologia anticarro.

O Comando Militar do Sul possui duas brigadas blindadas e quatro brigadas mecanizadas organizadas, equipadas, instruídas e estruturadas para serem o fator decisivo no contexto estratégico-operacional.
 
Adotando equipamentos dotados de tecnologia agregada, essas Grandes Unidades realizam treinamentos e adestramentos com dinâmica e características próprias, aplicando variadas técnicas de treinamento e de simulação virtual. Tais tarefas serão maximizadas com a implementação do Centro de Avaliação e Adestramento (CAA), em Santa Maria— RS. As Brigadas Blindadas e Mecanizadas se constituem, assim, no Braço Forte do Exército Brasileiro, incorporando a maior parte do poder de combate da Força Terrestre. (*) Batalha ocorrida em 3 e 4 de outubro de 1993, na capital da Somália, retratada em livro e filme: Falcão Negro em Perigo.

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