Embraer usa recurso próprio na Ogma

 Virgínia Silveira

Os recursos usados pela Embraer Defesa e Segurança para aumentar sua participação no capital da Ogma, sediada em Portugal e que exigiu investimento de € 13 milhões, vieram do caixa da companhia, informou o presidente da empresa, Luiz Carlos Aguiar.

A operação foi feita por meio de um acordo com a europeia EADS (European Aeronautic Defense and Space Company), que vendeu a sua participação de 30% no capital da Airholding, consórcio formado em 2005 pelas duas empresas. A Embraer assume o controle total da participação da Airholding. O governo português permanece com 35% das ações, através da Empordef (Empresa Portuguesa de Defesa). A transferência final das ações da Ogma deverá ocorrer após a aprovação dos órgãos reguladores portugueses, num prazo de 30 a 90 dias.

A Embraer está presente em Portugal desde 2004 e o objetivo na Ogma, segundo Aguiar, foi expandir a sua presença na Europa por meio de uma empresa reconhecida pelo seu desempenho em manutenção e na produção de componentes aeronáuticos. "Também está de acordo com a estratégia de globalização da companhia e de crescimento dos investimentos da Embraer nos mercados que são importantes para a empresa", disse.

Desde a entrada da Embraer no capital da empresa, segundo Aguiar, a trajetória da Ogma foi de crescimento. "O bom desempenho da Ogma é resultado de um modelo de gestão bem sucedido e com foco nos clientes e no mercado", afirmou o executivo. O faturamento da empresa chega a US$ 200 milhões, sendo que 65% da receita vem da área de defesa, com a manutenção e reparo de aeronaves militares, motores e componentes e a fabricação e montagem de estruturas aeronáuticas.

A Ogma, segundo Aguiar, trabalha com vários tipos de aeronaves e helicópteros, desde a manutenção de caças, como o americano F-16 e o avião de transporte militar C-130, até a produção de aeroestruturas para o treinador suíço Pilatus. A empresa emprega atualmente cerca de 1500 funcionários.

O governo de Portugal também é um dos parceiros de risco no programa de desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, projeto encomendado à Embraer pela Força Aérea Brasileira (FAB). No acordo assinado com o Ministério da Defesa brasileiro, o governo português oficializou a intenção de comprar seis aeronaves do modelo. A Ogma, de acordo com o presidente da Embraer, participará do desenvolvimento do KC-390, fornecendo componentes estruturais para a aeronave.

Os investimentos da Embraer em Portugal também incluem a construção de duas novas fábricas em Évora. Em fase final de obras, as novas instalações vão absorver um investimento da ordem de € 150 milhões.

Parte do investimento que será aplicado em Évora será aportado pela União Europeia. A cidade de Évora, onde estão sendo instaladas as duas fábricas, é a capital da região do Alentejo, onde o governo português pretende implantar polo aeronáutico nacional.

Classificadas pela Embraer como "centros de excelência", as duas fábricas vão produzir estruturas metálicas usinadas e conjuntos em materiais compósitos, mas, inicialmente, estarão dedicadas ao suporte logístico de jatos executivos. Futuramente atenderão ao segmento de aviação comercial da Embraer, segundo explicou Aguiar.

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