Ministro da Defesa diz que Lava Jato causará turbulência no país

Flavia Villela e Stênio Ribeiro
 

O pedido do Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que investigue políticos envolvidos no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, que deve ser feito nesta semana, causará turbulência no país, disse hoje (02/03) o ministro da Defesa, Jaques Wagner.

“O Brasil precisa de calma e tranquilidade para tocar. Não a calma da omissão, mas a calma de separar inquérito do funcionamento normal do país”, afirmou. “Cabem ao Ministério Público e ao Judiciário investigação e julgamento, cabe a nós tocar o funcionamento do país. O melhor é que as investigações estejam ladeadas pelo funcionamento normal do país. Se começarem a perturbar tudo, daqui a pouco, muita gente vai dizer: 'acaba logo essa investigação', porque o país precisa voltar à normalidade ”. Wagner fez as declarações a jornalistas após solenidade na Escola de Guerra Naval, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro.

O ministro defendeu a punição das pessoas físicas que forem consideradas culpadas pelo envolvimento em corrupção na Petrobras, mas ressaltou que é contra o fechamento das empresas envolvidas, por entender que, assim, poderia haver "consequências danosas" para a população. "Como no [caso do] estaleiro da Bahia, que, pela indefinição no fluxo dos financiamentos, causou mais de 5 mil demissões”, lembrou. “Devemos preservar a empresa e a inteligência nacional. Não podemos jogar a água suja com a criança junto.”

Para ele, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a Operação Lava Jato terá poucos resultados práticos. “A CPI acaba trabalhando em cima do que já está revelado. Dificilmente, eles [parlamentares] irão além do que a Polícia Federal já investigou”, disse. Wagner comentou ainda as novas regras de seguro-desemprego.

Segundo ele, as medidas são necessárias no momento atual. “O seguro-desemprego é causa ou efeito da rotatividade de mão de obra? Quanto mais elástica a ferramenta social, melhor, mas não pode ser demais, senão pode acabar arrebentando”, ponderou. “Uma coisa é trabalhar com 5% de desemprego e outra é com 15%. Não é o mais simpático, mas é o necessário, para recuperar a capacidade de nossa economia crescer”, completou.
 

Ministro Jaques Wagner profere aula magna para alunos do Curso Superior de Defesa da ESG¹

O ministro da Defesa, Jaques Wagner, proferiu a aula magna do Curso Superior de Defesa (CSD) da Escola Superior de Guerra (ESG) nesta segunda-feira (02) no Rio de Janeiro. O ministro apresentou aos alunos as diretrizes políticas da área, destacando a interoperabilidade entre as Forças Armadas e as iniciativas de modernização dos equipamentos militares do país.

egundo o ministro, “o processo de fortalecimento da interoperabilidade de nossas forças é crucial para garantir seu emprego eficaz ”. Wagner completou ressaltando que "Somente por meio da plena interoperabilidade de nossas Forças Armadas que poderemos alcançar êxito em nossa missão constitucional."

Sobre a modernização tecnológica dos equipamentos das Forças Armadas, Wagner defendeu que os investimentos se inserem no marco de uma “visão estratégica de permanente aprimoramento dos eixos de desenvolvimento social e econômico do país.”

A aula magna foi realizada no auditório da Escola de Guerra Naval (EGN), no Rio, e contou com a presença dos comandantes da Marinha, almirante Eduardo Barcellar Leal Ferreira, e da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato. Representando o comandante do Exército estava o general Wellington Montezano.

O Curso Superior de Defesa da ESG completa 30 anos de existência em 2015. Nesta edição, o curso de pós-gradução, em nível strictu sensu, será oferecido em parceira com a EGN, a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme) e a Universidade da Força Aérea (Unifa).

Geopolítica

Para o auditório lotado da EGN, Jaques Wagner tratou também de geopolítica, destacando que “os novos cenários da política internacional impõem novos desafios”, o que torna essencial o fortalecimento de nossa Defesa contra as ameaças externas e a consolidação da liderança brasileira na promoção da paz, na cooperação entre as nações e na estabilidade internacional.
 

Além disso, o ministro falou sobre a necessidade de parcerias estratégicas com os países da América do Sul, por meio da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), e da costa ocidental da África, por meio da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas).

“As ameaças contemporâneas internacionalizadas, como a pirataria e o tráfico de armas geram instabilidade para toda a região e ameaçam a segurança marítima dos países do Atlântico Sul", ressaltou.

Por fim, Jaques Wagner assegurou que trabalhará para preservar “os programas prioritários e dos projetos estratégicos da Defesa” mesmo com os contingenciamentos do orçamento federal.

¹com Assessoria de Comunicação Ministério da Defesa

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