China se opõe a medida dos EUA de colocar gigante Huawei em lista negra

A China criticou nesta quinta-feira a decisão do governo dos Estados Unidos de colocar a gigante de equipamentos de telecomunicações Huawei [HWT.UL] em uma lista negra e disse que adotará medidas para proteger suas empresas, em mais um teste para as relações entre as duas potências.

A China se opõe fortemente à imposição por outros países de sanções unilaterais a entidades chinesas, disse um porta-voz do Ministério do Comércio, destacando que os EUA devem evitar impactar ainda mais as relações comerciais entre os dois países.

A repressão à Huawei acontece no momento em que o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que visitará a China em breve para mais negociações comerciais. As expectativas de um acordo para acabar com a guerra comercial diminuíram depois que as duas maiores economias do mundo elevaram as tarifas sobre os produtos um do outro na última semana.

O Departamento do Comércio dos EUA informou na quarta-feira que estava adicionando a Huawei Technologies Co e 70 afiliadas à sua chamada “Lista de Entidades”, em um movimento que proíbe a empresa chinesa de adquirir componentes e tecnologia de companhias dos EUA sem aprovação prévia do governo dos EUA.

Separadamente, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou na quarta-feira um decreto impedindo empresas do país de usarem equipamentos de telecomunicações feitos por companhias consideradas como risco à segurança nacional.

“A China enfatizou muitas vezes que não se deve abusar do conceito de segurança nacional, e que ele não deve ser usado como ferramenta para protecionismo comercial”, disse Gao Feng, porta-voz do Ministério do Comércio chinês, a repórteres.

“A China adotará todas as medidas necessárias para proteger os direitos legítimos das empresas chinesas.”

China decreta prisão de 2 canadenses por roubo de segredos de Estado

Autoridades chinesas decretaram a prisão de dois canadenses que foram detidos provisoriamente por roubo de segredos de Estado no ano passado, informou o governo da China nesta quinta-feira, provocando o repúdio do Canadá em um caso que tem elevado a tensão entre Ottawa e Pequim.

O empresário Michael Spavor, que trabalhou com a Coreia do Norte, e o ex-diplomata Michael Kovrig foram detidos separadamente em dezembro, pouco depois de o Canadá prender a diretora financeira da Huawei Technologies, Meng Wanzhou, que enfrenta possível extradição aos Estados Unidos.A China exigiu várias vezes a libertação de Meng, e reagiu com raiva aos procedimentos de extradição iniciados contra ela em um tribunal canadense.

”De acordo com a aprovação de procuradores chineses, Michael Kovrig, devido a ser suspeito dos crimes de coleta de segredos de Estado e de inteligência para (forças) estrangeiras, e Michael Spavor, por ser suspeito dos crimes de roubar e fornecer ilegalmente segredos de Estado para (forças) estrangeiras, nos últimos dias foram aprovadas as prisões de acordo com a lei”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, em um boletim diário à imprensa.

As medidas estão de acordo com a lei, disse Lu, e Pequim espera que o Canadá “não faça declarações irresponsáveis” sobre o cumprimento da lei e os procedimentos judiciais da China.

O governo do Canadá repudiou a decisão.”O Canadá rejeita fortemente sua prisão arbitrária, como rejeita sua detenção arbitrária em 10 de dezembro. Reiteramos nossa exigência para que a China liberte imediatamente o senhor Kovrig e o senhor Spavor”, disse a chancelaria canadense.Recentemente, diplomatas canadenses fizeram visitas consulares a ambos, acrescentou, sem fornecer maiores detalhes por motivos de privacidade.

”O Canadá continua a expressar sua gratidão àqueles que falaram a favor destes canadenses detidos e ao Estado de Direito. Estes incluem Austrália, a UE (União Europeia), França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Holanda, Letônia, Lituânia, Estônia, Espanha, Dinamarca, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e o G7”.

Em março, a China acusou os dois de envolvimento no roubo de segredos de Estado. Pequim disse que está garantindo plenamente os direitos legais de ambos. Kovrig também tem cidadania húngara.

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