Holanda diz ter frustrado tentativa de ataque hacker russo a organização de armas químicas

Autoridades da Holanda frustraram, em abril, uma tentativa de agentes de inteligência russos de lançarem ataque cibernético contra a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), informou o ministro da Defesa holandês, Ank Bijleveld, nesta quinta-feira.

Em coletiva de imprensa em Haia, Bijleveld pediu que a Rússia encerre suas atividades cibernéticas que visam “comprometer” as democracias ocidentais.

De acordo com o chefe da agência de inteligência militar da Holanda, quatro russos chegaram ao país no dia 10 de abril e foram pegos com equipamento de espionagem em um hotel localizado perto da sede da Opaq.

Na época, a organização estava trabalhando para identificar a substância utilizada em um ataque na cidade inglesa Salisbury contra o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia. A Opaq também tentava verificar qual substância havia sido usada em um ataque em Douma, na Síria.

Os quatro russos foram detidos na Holanda no dia 13 de abril e deportados, afirmou o general holandês Onno Eichelsheim, acrescentando que eles pretendiam ir a um laboratório em Spiez, na Suíça, para analisar amostras de armas químicas.

Reino Unido diz que inteligência militar da Rússia está por trás de série de ataques cibernéticos globais

O Reino Unido acusou nesta quinta-feira a inteligência militar da Rússia de comandar uma série de ataques cibernéticos com objetivo de enfraquecer democracias ocidentais ao implantar confusão em diversas áreas, de esportes a transportes e na eleição presidencial dos Estados Unidos de 2016.

Numa avaliação baseada em trabalhos de seu Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC), a inteligência militar russa (GRU) foi classificada como agressora cibernética maligna que usa uma rede de hackers para espalhar discórdia pelo mundo.
 

A GRU, segundo o Reino Unido, está quase certamente por trás dos ataques BadRabbit e à Agência Mundial Antidoping de 2016, do ataque hacker ao Comitê Nacional Democrata (DNC) em 2016 e do roubo de e-mails de uma emissora de TV britânica em 2015.

“As ações da GRU são imprudentes e indiscriminadas: eles tentam enfraquecer e interferir em eleições em outros países”, disse o secretário das Relações Exteriores do Reino Unido, Jeremy Hunt.

“Nossa mensagem é clara – junto com nosso aliados, nós iremos expor e responder às tentativas da GRU de enfraquecer a estabilidade internacional”, disse Hunt. O Reino Unido acredita que o governo russo é responsável pelos ataques.

Embora menos conhecido do que a poderosa KGB da União Soviética, o serviço de inteligência militar da Rússia teve funções importantes em alguns dos maiores eventos do último século, da crise de mísseis em Cuba à anexação da Crimeia.

 

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