EUA culpam Coreia do Norte por ataque cibernético “WannaCry”

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, culpou a Coreia do Norte publicamente por lançar o ataque cibernético conhecido como “WannaCry”, que afetou hospitais, bancos e outras empresas do mundo todo neste ano.

“O ataque foi abrangente e custou bilhões, e a Coreia do Norte é diretamente responsável”, disse Tom Bossert, assessor de Segurança Nacional de Trump, em um artigo publicado na noite de segunda-feira no jornal Wall Street Journal.“A Coreia do Norte vem se comportando especialmente mal, e em grande parte sem freios, há mais de uma década, e seu comportamento mal-intencionado está se tornando mais chocante”, escreveu Bossert. “O WannaCry foi indiscriminadamente irresponsável”.

A Casa Branca deve levar a questão adiante nesta terça-feira com um comunicado mais formal culpando Pyongyang, de acordo com um funcionário de alto escalão do governo norte-americano.

O governo dos EUA verificou com “um grau muito alto de confiança” que uma entidade de ataques cibernéticos conhecida como Grupo Lázaro, que trabalha em nome do governo norte-coreano, realizou o ataque WannaCry, disse o funcionário, que falou sob condição de anonimato para debater detalhes sobre a investigação de Washington.

Muitos pesquisadores de segurança e autoridades dos EUA acreditam que o Grupo Lázaro foi responsável por uma invasão da Sony Pictures Entertainment em 2014 que destruiu arquivos, vazou comunicações corporativas na internet e levou à saída de vários executivos de primeiro escalão do estúdio.

Não foi possível contatar representantes do governo norte-coreano de imediato para obter comentários. O país vem negando repetidamente a responsabilidade pelo “WannaCry”, e classificou outras alegações de ataques cibernéticos como uma campanha de difamação.A condenação pública de Washington não inclui nenhum indiciamento nem identificou indivíduos específicos, informou o funcionário, acrescentando que a atribuição de culpa foi concebida para responsabilizar Pyongyang por suas ações e “erodir e minar sua capacidade de lançar ataques”.

A acusação vem em um momento de preocupação crescente com a habilidade norte-coreana de realizar invasões digitais e com seu programa de armas nucleares.Muitos pesquisadores de segurança, incluindo a empresa Symantec, além do governo britânico, já tinham concluído que a Coreia do Norte provavelmente estava por trás do “WannaCry”, que se disseminou rapidamente pelo mundo em maio e infectou mais de 300 mil computadores em 150 países.

Japão e Coreia do Sul pedem que China faça mais para deter programas de armas de Pyongyang

O Japão e a Coreia do Sul exortaram a China a fazer mais para convencer a Coreia do Norte a encerrar seus programas nuclear e de mísseis, disse o ministro das Relações Exteriores japonês, Taro Kono, nesta terça-feira, em meio a um impasse entre Pyongyang e os Estados Unidos.

A reclusa Coreia do Norte afirma ter desenvolvido um míssil capaz de portar uma ogiva nuclear e atingir o território continental dos EUA, um desafio a resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e à condenação internacional — inclusive de sua única grande aliada, a China.

“Concordamos que é necessário pedir à China que desempenhe um papel maior”, disse Kono depois de conversar com a chanceler sul-coreana, Kang Kyung-wha. Kono disse que a China está implantando as resoluções do Conselho de Segurança sobre a Coreia do Norte, mas que pode fazer mais, inclusive aumentando a “pressão” sobre o regime.

Pyongyang ameaça destruir os EUA, o Japão e a Coreia do Sul com frequência e disparou mísseis sobre o território japonês em testes recentes. Pequim diz rotineiramente que está cumprindo as obrigações que tem com o Conselho de Segurança no tocante à Coreia do Norte e exorta “todos os lados” da disputa a buscarem o diálogo.

Os EUA também vêm pressionando a China e outras nações para que rompam relações comerciais e diplomáticas com os norte-coreanos como parte dos esforços internacionais para acabar com o fluxo de dinheiro ilegal para Pyongyang, que pode financiar seus programas de armas.

A principal autoridade da Marinha norte-americana disse nesta terça-feira que embarcações presentes no leste do Pacífico podem ser mobilizadas para reforçar o poder naval de seu país na Ásia, já que Washington está às voltas com ameaças crescentes na região.

A Coreia do Norte defende seus programas de armas dizendo serem necessários como contraposição à agressão dos EUA, e vê os exercícios militares que os EUA realizam com a Coreia do Sul e o Japão como prelúdios de uma invasão.

Washington tem 28.500 soldados em solo sul-coreano, um legado da Guerra Coreana de 1950-53. China e Rússia propuseram que EUA e Coreia do Sul desistam de grandes manobras militares em troca de a Coreia do Norte frear seus programas de armas.

Na segunda-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, revelou uma nova estratégia de segurança nacional, voltando a dizer que Washington tem que lidar com o desafio representado pela Coreia do Norte.

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