Hackers militares iranianos se concentram em autoridades dos EUA, diz WSJ

A Guarda Revolucionária do Irã intensificou nas últimas semanas os ataques hackers contra e-mails e redes sociais de funcionários do governo dos Estados Unidos, em ataques cibernéticos que estariam ligados à prisão de um empresário iraniano-americano em Teerã, disse o Wall Street Journal na quarta-feira.

O jornal, citando autoridades norte-americanas não identificadas, disse que as pessoas que trabalham com a política para o Irã parecem ser o foco dos ataques cibernéticos, já que pessoal no Setor de Assuntos Iranianos do Departamento de Estado e o Gabinete de Assuntos do Oriente Médio estão entre os hackeados. Outros alvos incluem jornalistas e acadêmicos.

Os mais recentes relatos sobre um surto de ataques de hackers ocorrem depois de um acordo internacional histórico em julho que aliviou as severas sanções econômicas contra o Irã em troca de o país reduzir seu programa nuclear para garantir que não será usado para o desenvolvimento de armas.

Hackers a serviço da Guarda Revolucionária, um poderoso ramo do Exército iraniano, fizeram regularmente ataques contra agências do governo dos EUA nos últimos anos, mas uma fonte disse ao jornal que a ação se intensificou após a prisão de Siamak Namazi em meados de outubro.

"Estamos cientes de determinados relatos envolvendo o Irã", disse um alto funcionário do governo à Reuters em resposta à reportagem do WSJ. "Embora eu não tenha comentários a fazer sobre reportagens específicas, estamos cientes de que hackers do Irã e de outros lugares costumam usar ataques cibernéticos para obter informações ou fazer conexões com os objetivos de seu interesse."

Namazi é chefe de planejamento estratégico da Crescent Petroleum, uma companhia de petróleo e gás nos Emirados Árabes Unidos, e trabalhou para grupos de estudo e consultoria em Washington. Ele tinha sido detido e interrogado regularmente pelos Guardas Revolucionários antes de sua prisão.

Autoridades dos EUA acreditam que alguns dos ataques mais recentes podem estar ligados a relatos sobre a prisão de cidadãos de dupla nacionalidade e outros”, disse uma fonte ao jornal.

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