Brasil e Argentina unidos para defesa cibernética

Janaína Figueiredo 
 
BUENOS AIRES – Os ministros da Defesa do Brasil e da Argentina, Celso Amorim e Agustin Rossi, reuniram-se ontem em Buenos Aires para discutir uma abrangente agenda bilateral e, principalmente, iniciar um trabalho conjunto em matéria de defesa cibernética. Segundo confirmou Amorim, nos próximos meses uma missão argentina irá ao Brasil para dar continuidade a essa nova cooperação entre os dois principais sócios do Mercosul, em momentos de forte tensão pelas revelações sobre atividades de espionagem realizadas pelo governo americano, que envolveram até mesmo a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras. — A primeira medida concreta é saber o que cada um está fazendo, e houve um convite para que uma missão argentina vá ao Brasil. 
 
Depois certamente viremos nós, e isso ajudará a gerar projetos em comum — explicou Amorim, após um encontro no Ministério da Defesa argentino. Na parte da manhã, os dois ministros assinaram vários acordos, e Amorim deu uma palestra intitulada “Os desafios do cenário estratégico do século XXI para a América do Sul” para uma plateia de civis e militares. 
 
O ministro reforçou a ideia de que a região enfrenta novas ameaças e, nesse cenário, é necessário “fazer esforços para promover projetos conjuntos em matéria de defesa cibernética’ — A questão da espionagem merece uma resposta regional — declarou o ministro argentino, que se mostrou muito interessado na cooperação com o Brasil. Em sua apresentação, o ministro brasileiro disse, ainda, que é importante “que nos perguntemos sobre as causas desse grande interesse em dados de nossa realidade’ 
 
— Trabalhando juntos, teremos mais possibilidades de avançar mais rapidamente — enfatizou Amorim, que na noite de quinta-feira passada foi recebido pela presidente Cristina Kirchner na residência oficial de Olivos. A presidente argentina levou recentemente uma queixa formal do Mercosul pelas atividades de espionagem dos Estados Unidos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde seu país ocupa uma vaga não permanente. 
 
— Vamos colaborar com tudo o que temos, o que desenvolvemos, as coisas que aconteceram mostram que os esforços (em matéria de defesa cibernética) devem ser intensificados — apontou Rossi. Ainda ontem, Amorim conversaria com o chanceler argentino, Hector Timerman. 

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