Senadores dos EUA tentam bloquear venda de armas aos sauditas

Senadores de todo espectro político dos Estados Unidos estão se mobilizando para bloquear um plano do presidente Donald Trump de vender armas para a Arábia Saudita e outros aliados árabes por US$ 8,1 bilhões.

No mês passado, o governo Trump disse que usaria poderes especiais para desafiar o Congresso e fornecer munição, manutenção de aeronaves e outros componentes militares para Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.

A medida enfureceu os legisladores, que acreditam que armas poderiam ser usadas para matar civis no Iêmen, onde a Arábia Saudita e os EAU lideram uma ofensiva e milhões de pessoas correm o risco de morrer de fome.

O senador Lindsey Graham, um republicano geralmente alinhado com Trump, expressou esperança em um "forte apoio bipartidário" para evitar as vendas. "Embora eu entenda que a Arábia Saudita seja um aliado estratégico, o comportamento de Mohamed bin Salman não pode ser ignorado. Agora não é o momento de fazer negócios como de costume na Arábia Saudita", disse Graham, referindo-se ao ambicioso príncipe herdeiro do reino.

O secretário de Estado, Mike Pompeo, garantiu que o governo não seguirá o processo usual de enviar o projeto de venda ao Congresso por causa da emergência representada pelo Irã.

O país é rival regional da Arábia Saudita e apoia os rebeldes huthis que controlam grande parte do Iêmen. Os senadores anunciaram que vão apresentar uma resolução de desaprovação – como podem fazer para as vendas formalmente introduzidas na Casa – para os 22 contratos de armas. Trump pode, contudo, vetar qualquer resolução desse tipo.

Nesse caso, o Senado e a Câmara de Representantes precisariam de uma esmagadora maioria de dois terços para anular esse veto. O descontentamento do Congresso com a Arábia Saudita aumentou desde o assassinato em outubro do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, que escrevia para o jornal The Washington Post e morava na Virgínia.

Khashoggi foi estrangulado e seu corpo foi desmembrado depois de entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul, segundo autoridades turcas e americanas.

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