Comentário Gelio Fregapani – Época de incerteza

Época de incerteza

Não se sabe. Nem a decisão do STF sobre a candidatura do Lula nem sobre o acatamento do Exército a uma improvável candidatura do condenado. Se sabe que haverá reação popular. Se sabe que a tropa está inquieta e que só a ponderação do Comandante do Exército a está contendo, mas não se sabe até quando desejará conter. Se sabe que se uma fração da tropa se rebelar contra uma decisão ideológica do STF a maior parte das Forças Armadas vai aderir a reação nos mesmos moldes de 1964.

Sabemos dos perigos de uma convulsão. Entretanto, nos preocupa o que este governo tem feito para desnacionalizar os recursos naturais, a indústria e mesmo as atividades produtivas, como se estivesse a serviço do estrangeiro e principalmente o que ainda pode fazer de ruim , o que nos leva a desejar que  a administração termine o quanto antes apesar dos riscos inerentes a situação.

Eis como o Governo Temer prossegue liquidando o patrimônio nacional a começar pela Petrobras: a Shell, a ExxonMobil, a Chevron, a BP Energy, a Petrogal e a Statoil que foram as vencedoras da 4ª rodada de licitação do pré-sal no dia 7 onde envolveu áreas nas bacias de Campos e Santos. A Petrobras foi derrotada e foi anunciado que o governo já estaria organizando a entrega de outras áreas às petroleiras internacionais em 2019, 2020 e 2021.

A venda da Eletropaulo para a Enel ainda reluz nas manchetes e já existe outra grande operação de venda em gestação no setor elétrico. A chinesa State Power Investment Corporation costura sua entrada nas usinas de Santo Antônio e de Jirau.  Já saiu um edital para a privatização das distribuidoras da Eletrobras que operam no Norte e Nordeste.

Não se trata só de empresas estatais, mas também das produtivas. Há uma crescente passagem do controle de firmas nacionais para empresas estrangeiras.  Das seis maiores redes de supermercados existentes no Brasil, cinco possuem controle fora do país.  Tudo indica que no futuro, as marcas SADIA e PERDIGÃO venham a ter o mesmo destino.

Não é sem motivo que Pedro Parente está para ser nomeado o CEO depois da fusão dessas empresas, a mais valiosa joia do outrora opulento tesouro da Odebrecht, a Braskem, que opera 29 unidades fabris e responde por 70% do petroquímico brasileiro, iniciou negociações com a gigante da petroquímica a Lyondell Basell, com sede em Roterdã (Holanda) para vender 50,1% das ações ordinárias da empresa.

Além de empresas, terras também. Sem alarde, a Chongqing Grain Group, uma das grandes produtoras de grãos da China, já teria adquirido mais de 140 mil hectares de terras no Brasil, a maior parte na Região Sul e começam a subir no mapa: estão procurando áreas no Mato Grosso para o plantio de soja. Talvez mais preocupante ainda seja a conhecida e já antiga desnacionalização dos recursos minerais, indispensáveis para a própria civilização e que esgotados não “darão outra safra”. Estes já estão, em sua maior parte desnacionalizados.

Num plano mais amplo, estamos assistindo à capitulação do nosso país aos interesses de grupos poderosos. Basta vermos as execráveis alienações dos ativos nacionais, a preços vis, o que nos sinaliza que estamos presenciando o fim da propriedade nacional na Terra de Santa Cruz.

Surpreende-nos que tantos não estejam percebendo isso. No futuro tudo pertencerá aos estrangeiros, principalmente o lucro, restará aos brasileiros somente trabalhar numa multinacional ou num governo dedicado a proteger as empresas alienígenas. Poderão talvez ter a propriedade de suas casas e os melhores até de terem uma vida globalizada, mas seu País, não terão mais.

Impressiona a falta de nacionalismo do nosso covarde Governo, mas o povo mesmo intoxicado pela imprensa vendida inicia a perceber o que está ocorrendo e a capitulação prosseguirá e talvez vá piorar até dezembro. Certamente o nosso País sobreviverá, mas não como o gigante que poderia ser, a menos que o futuro Presidente consiga executar a metade do que promete.

Preparemo-nos e que Deus nos inspire e proteja

Gelio Fregapani

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