Papa Francisco diz que conflitos atuais pelo mundo são Terceira Guerra Mundial fragmentada

Durante uma missa no maior cemitério de soldados da Itália realizada na manhã deste sábado (13), o papa Francisco fez um duro discurso contra a guerra e disse que os conflitos que assolam o mundo destroem a criação mais bela de Deus: o ser humano.

Como parte das celebrações pelo centenário do início da Primeira Guerra Mundial, o Pontífice visitou o sacrário militar de Redipuglia, que fica na província de Gorizia, perto da fronteira com a Eslovênia. O memorial foi construído em 1938, durante o regime fascista, para enterrar cerca de 100 mil italianos que perderem a vida no conflito.

"Encontrando-me aqui, nesse lugar, queria dizer apenas que a guerra é uma loucura. Ela destrói tudo, inclusive os laços entre irmãos. O seu plano de desenvolvimento é a destruição. Todas essas pessoas que descansam aqui tinham os seus projetos, os seus sonhos. Mas suas vidas foram despedaçadas", declarou Jorge Bergoglio.

Francisco ainda afirmou que a ganância, a intolerância e a ambição ao poder são os motivos que levam adiante decisões bélicas e que essas razões são frequentemente justificadas com um discurso ideológico.

"Hoje, depois do segundo fracasso de uma guerra mundial, talvez se possa falar de uma terceira guerra, mas combatida 'por pedaços', com crimes, massacres e destruições", acrescentou o Papa, fazendo referência aos diversos conflitos que acontecem no mundo, como na Ucrânia, no Oriente Médio e no norte da África.

Após a homilia, o Pontífice e os fiéis presentes no local fizeram um longo silêncio em memória dos mortos. Além disso, Francisco foi presenteado pelo Exército italiano com o documento de serviço militar do seu avô, Giovanni Carlo Bergoglio, que combateu na Primeira Guerra Mundial, a poucos passos do sacrário.

"Mesmo hoje, após um segundo fracasso de uma guerra mundial, algumas pessoas falam de uma terceira guerra, uma que está fragmentada, com crimes, massacres e destruição", afirmou.    Nos últimos meses, Francisco fez repetidos apelos pelo fim dos conflitos na Ucrânia, no Iraque, na Síria, em Gaza e em partes da África.   

"A guerra é irracional. Seu único plano é causar destruição. Ela busca crescer ao destruir", disse. "Ganância, intolerância, a cobiça pelo poder. Esses são os motivos que estão por trás da decisão de ir à guerra e eles são muito frequentemente justificados por uma ideologia", concluiu.

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