China impede acesso de navio militar dos EUA a porto de Hong Kong em meio a tensões comerciais

A China recusou um pedido feito por um navio de guerra dos Estados Unidos para visitar Hong Kong, informou o consulado dos EUA na cidade chinesa nesta terça-feira, em meio a tensões comerciais crescentes entre Pequim e Washington e uma decisão norte-americana de impor sanções a militares da China.

O navio de assalto anfíbio Wasp deveria fazer uma escala na ex-colônia britânica de Hong Kong em outubro, disseram fontes diplomáticas.

“O governo chinês não aprovou um pedido para uma visita portuária do USS Wasp dos EUA a Hong Kong”, disse uma porta-voz do consulado. “Temos um longo histórico de visitas portuárias bem-sucedidas a Hong Kong, e esperamos que continue assim”, acrescentou.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, não respondeu diretamente quando indagado se a China recusou o pedido.

“Quanto a pedidos de navios militares dos EUA para visitarem Hong Kong, a China sempre emitiu aprovações caso a caso, de acordo com o princípio da soberania e da situação detalhada”, disse ele aos repórteres, sem dar detalhes.

Em 2016, em um momento de tensões elevadas por causa de reivindicações territoriais no disputado Mar do Sul da China, a China negou um pedido de um grupo de ataque de um porta-aviões liderado pelo John C. Stennis para visitar Hong Kong.

No sábado a China convocou o embaixador dos EUA em Pequim e adiou negociações militares conjuntas para protestar contra uma decisão norte-americana de impor sanções a uma agência militar chinesa e seu diretor pela compra de caças russos e um sistema antimísseis terra-ar.

China e EUA também estão envolvidos em uma guerra comercial cada vez mais agressiva.

China diz que EUA colocam "faca em seu pescoço" e que está difícil avançar com negociações comerciais

Uma autoridade sênior chinesa afirmou nesta terça-feira que está difícil avançar com as negociações comerciais com os Estados Unidos enquanto Washington coloca “uma faca no pescoço da China”, um dia depois de ambos os lados adotarem novas tarifas sobre os produtos um do outro.

O momento em que as negociações poderão ser retomadas vai depender da “vontade” dos EUA, afirmou o vice-ministro de Comércio em entrevista à imprensa em Pequim.

Tarifas dos EUA sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses e taxas retaliatórias de Pequim sobre 60 bilhões de dólares em produtos norte-americanos entraram em vigor na segunda-feira, deixando mercados financeiros nervosos.

“Agora que os EUA adotaram tais medidas comerciais restritivas…como podem avançar as negociações? Não é uma negociação igual”, disse Wang, destacando que os EUA abandonaram seu entendimento mútuo com a China.

O principal diplomata do governo chinês também disse a empresários em reunião em Nova York que negociações podem não acontecer diante do cenário de “ameaças e pressão”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

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